Sevilla, Granada e Córdoba são as principais atrações da Andalucía, província mais ao sul da Espanha e que representa quase 20% do território do país.
Foram justamente essas cidades que conhecemos. Ficamos hospedadas em Sevilla e de lá fizemos as outras rotas.
Como chegamos no aeroporto ainda com o predomínio da escuridão da madrugada, foi possível presenciar esse cenário enquanto tomávamos café.
Nosso vôo foi cheio de turbulências, ainda que elas tenham sido "tranquilas" e não apavorantes.
Ao invés da frase "Atención, tripulación, preparar para el despliegue", o piloto soltou logo um "VAMONOS!", causando risada na galera.
Em uma hora e cinco, estávamos no nosso destino.
Em Sevilla sim é possível enxergar o que “se espera” da Espanha, ou pelo menos dá para reconhecer a imagem que se tem do país, com flamenco, touradas, etc.
Segundo um guia turístico que tínhamos em mãos, o melhor era ter cuidado com os pertences, já que Sevilla tem “a pior reputação de pequenos roubos da Espanha”. Não tivemos problemas! Bom, em Alhambra uma cigana se colou, primeiro em mim, depois na minha mãe, querendo nos “regalar” um raminho de alecrim, para logo em seguida pedir dinheiro ou oferecer leitura de mãos, bla bla bla. O poderoso guia da Helga, nossa companheira de viagem, também já tinha alertado sobre essa questão, de modo que estávamos preparadas – embora tenha sido um pouco difícil se livrar dessas mulheres, que são umas malas e nos agarraram literalmente, acompanhando nosso passo, mesmo quando ele acelerava, e insistindo de forma irritante e invasiva. Acho que se fôssemos bobinhas, teríamos caído em algum golpe.
Ainda desse guia, resumi um pouquinho da história da capital andaluza:
Sevilla, sob o domínio dos romanos, era uma importante cidade portuária, além de ter sido centro cultural quando dominada pelos visigodos. Era um poderoso Estado, cujo auge foi no século XI, que se estendia de Múrcia até Portugal, quando estava sob o reinado muçulmano. Quando retornou às mãos dos cristãos, Fernando III de Castilla instalou 25mil castelhanos lá para promover uma mistura multicultural entre cristãos, judeus e muçulmanos.
Em 1503, era considerada a cidade mais importante da Espanha, ganhando o monopólio do comércio espanhol com as Américas. A cidade chegou a participar do Siglo del Oro espanhol, e a população tinha triplicado, mas metade dela foi dizimada, em 1649, com a peste. A fortuna também foi atingida pelo assoreamento do rio Guadalquivir. Em meados do século XIX, com alguns empurrõezinhos e criações de esteriótipos, Sevilla foi atraindo visitantes e começou a se reerguer.
A Catedral de Sevilla é um ponto conhecido da cidade. Foi construída no local de uma mesquita do século XII, entre 1401 e 1507. É nessa catedral gótica que se encontram os restos mortais de Cristóvão Colombo. Ela é enorme, mas um pouco decepcionante, já que a expectativa em cima dela é grande e no fim... está super mal conservada, com um monte de tralhas de obras espalhadas pelos cantos e muita poeira acumulada, principalmente nas madeiras esculpidas no alto das paredes/colunas. E ainda dizem que os 8 euros do ingresso são para manutenção e restauração da catedral. Aham.
Fizemos um passeio de charrete para ter uma noção geral da cidade. Dá um pouquinho de vergonha no início mas depois fica tudo bem, o passeio é super comum entre os turistas já que o serviço é super hiper oferecido na porta dos pontos turísticos principais, então ok, estávamos fazendo turismo mesmo, ué. Sem vergonha de passar vergonha!
Fomos também na Plaza de Toros de la Real Maestranza. A arena é a mais antiga da Espanha (quase 250 anos). As touradas, como eu disse no início, fazem parte da vida sevilhana e andaluza. Não assistimos a uma corrida primeiro porque não é época ainda, e segundo porque, de qualquer forma, eu não iria gostar de ver alguém provocando e matando um touro (ou sendo morto por ele).
Fomos também na Plaza de Toros de la Real Maestranza. A arena é a mais antiga da Espanha (quase 250 anos). As touradas, como eu disse no início, fazem parte da vida sevilhana e andaluza. Não assistimos a uma corrida primeiro porque não é época ainda, e segundo porque, de qualquer forma, eu não iria gostar de ver alguém provocando e matando um touro (ou sendo morto por ele).
Mesmo fora de "temporada", se pode conhecer o lugar. A visita é guiada e passa pela arena de touros e por um museu com os trajes dos toureiros (matadors), pinturas e arte relacionada à prática da tourada.
Aquela velha história: os touros não são capazes de diferenciar as cores, então a famosa capa do "olé" é colorida só de charme (acho). E ao contrário do que se vê por aí como mais típico, ela não é vermelha! A tradicional mesmo é rosa pink de um lado e amarela do outro. Tem uma entrada na arena para cada coisa: uma para o toureiro, outra para o animal, outra para os cavalos, e por aí vai.
Uma tourada tem 3 matadores (os únicos que efetivamente matam o touro, e que se distinguem pela roupa, cheia de brilhos, bordados, etc) acompanhados de suas respectivas trupes e de 6 touros. Cada toureiro luta com 2 dos animais e isso acontece em turnos, os mais experientes primeiro.
Depois de o toureiro "receber" seu amigão com a capa, entram os chamados picadores e os banderilleros . Os picadores ficam a cavalo e devem, com lanças, atacar o pescoço do touro em um único lugar. Em seguida, os banderilleros terão de enfiar três pares de banderillas nas costas do touro, que é para deixar ele bem furioso antes de enfrentar o seu matador, que dessa vez fica sozinho na arena.
No fim dessa parada toda, quando o toureiro mata o touro de vez, a luta é julgada pelo público, que pode aplaudir e assobiar ou fazer silêncio. Dependendo do grau de aprovação, avaliado pelo presidente da tourada, é dado ao matador uma ou duas orelhas do touro. Receber duas orelhas é tipo a glória do toureiro, que é carregado nos ombros e transportado desse jeito para fora da arena até o portão principal, "abrindo", dessa forma, a "Puerta Grande", o prêmio máximo.
Ah, é um costume, nos bares de Sevilla, pedir uma bebida e ganhar as famosas tapas como acompanhamento, de graça. Fácil assim. Há quem vá pedindo bebida de bar em bar, e com isso, forre o estômago sem gastar nada.
Nós não fomos tão chinelonas mas, sentadinhas e tranquilas, em um único lugar, na pausa entre uma visitação e outra, aproveitamos e desfrutamos dessa "tradição".
Bem que a moda poderia pegar.
Nós não fomos tão chinelonas mas, sentadinhas e tranquilas, em um único lugar, na pausa entre uma visitação e outra, aproveitamos e desfrutamos dessa "tradição".
Bem que a moda poderia pegar.