Nosso vôo teve algumas tremidinhas, bem leves, para meu grande alívio. Ainda guardo lembranças da volta de Bilbao, então quando anunciaram que passaríamos por uma zona de turbulências pensei "iiiih, era só o que me faltava".
Dada e eu fizemos amizade com crianças no aeroporto, só que elas demoraram um pouco para entender, se é que entenderam, que não falávamos a mesma língua e que por isso não adiatava tentar comunicação verbal. Os dois loiríssimos eram muito fofos e a interação foi através da imitação. O menorzinho levantava a perna e a gente fazia o mesmo, sacudia os pés e nós repetindo, sempre assim. A nossa brincadeirinha foi dublar cada coisa que eles diziam, assim como os diálogos que eles tinham com a mãe. Também tentamos dizer "seu filhos são umas graças", e "tchau, lindinhos", mas ninguém agradeceu nossos elogios em português. Eles sequer desconfiaram que nossa conversa era diretamente com a família, de certo pensaram que estivéssemos falando uma com a outra.
Nosso taxista pegou pesado
Mal acreditamos quando nos depararmos com a entrada do nosso hotel! A escada era imensa e super íngrime. Fomos ajudadas, no entanto, todas precisamos de força e equilíbrio para subir com tudo. Os degraus também eram bem estreitos, o que significa que a subida deve ser ji lajinho, o pé não cabe inteiro - não foi só o meu, até os mini pés precisaram ser posicionados na diagonal.
Ok, a cidade é linda!
Fiquei realmente impressionada com o número de bicicletas, não tinha noção de que seriam tantas assim! E a prioridade é sempre delas. Há que se ter cuidado para atravessar as ruas, e isso não é recomendação de mãe. Os metrôs são de superfície e muitas vezes fazem curvas fechadíssimas onde praticamente não existe calçada, causando medo da morte, quando se está em cima de uma. Certas vezes é possível achar que se está caminhando em local de segurança, quando uma buzina nada gentil anuncia a aproximação de uma bicicleta em alta velocidade. As ciclovias estão por toda parte, e eu quase não percebi as sinalizações, e nem acho que alguém da cidade faça questão, para eles parece um tanto quanto óbvio que se possa pedalar, sempre com a preferencial, em qualquer lugar.
Deve ser por todo esse risco que os pedestres são "mais incentivados" a atravessar nas faixas, já que são multados se fizerem o contrário.
Ou seja, uma placa dessas só pode ser brincadeira
As primeiras impressões são de que estamos numa cidade cinematográfica. Devo admitir que assisti os primeiros capítulos de Páginas da Vida, que foram gravados lá. A diferença maior foi a época do ano, já que a Nanda (futura mãe da Clarinha dos laços) estava sempre toda encasacada. Estava frio, mas o inverno ainda não chegou. Também não estamos em época de tulipas, embora vários souvenirs tenham as flores como tema.
Falando nisso, nove em dez lojas de lembranças turísticas tem quantidades imensas de objetos relacionados a sexo e à maconha. São muitos produtos: cerveja, bolacha, chocolate, pirulito, bala, chiclete, chá, café, chocolate quente, bolo, e até linha de cosméticos! A originalidade das peças é absurda e tem muita coisa... ãhm, interessante?
Os cafés tem cardápios com vários tipos(?) de maconha, variações, quantidades e preços, que não são tão acessíveis.
As lojas de sexshop também parecem se multiplicar, são muuuitas. "Passeamos" por várias delas para ver as novidades ahahaha
A variação de camisinhas é bem grande: diferentes temas, formatos, cores, tamanhos, sabores... Agora não lembro de ter visto, mas com toda a certeza do mundo, devia ter de maconha!
Em Amsterdã existem as famosas ruas da Luz Vermelha (Red Light), em que a prostituição de mulheres e travestis é explícita. Eles ficam em vitrines se exibindo, chamando os clientes, tentando seduzir e ao mesmo tempo alguns/algumas não estão nem aí, só ficam ali a mostra, mas mandando mensagem no celular, dançando uma música qualquer, enfim. Algumas vitrines são no segundo andar, embora a maioria seja no nível da calçada, como lojas mesmo. Já no fim da tarde essas ruas ficam lotadas, tanto de possíveis clientes como de turistas que passam para ver. Nós também fomos, e não há como negar que nos primeiros momentos é uma prática que chama muito a atenção. Quase imediatamente depois se percebe o quanto essa situação é deprimente.
As cabines, em geral, são equipadas com luz vermelha (dã), cama e papel higiênico (algumas papel toalha...)
Quando alguém entra, é só fechar a cortina. Nenhuma privacidade além disso.
Obviamente não tiramos fotos, até porque é proibido. Tem algumas na internet...





E aqui sou euzinha, super sedutora, ainda que sem a vestimenta adequada, fora do horário de serviço da galera, em frente a uma vitrine dessas AHAHAH
Mudando de assunto: amei, amei, ameeei o Van Gogh Museum (http://vangoghmuseum.com/)! Muito mais emocionante do que quando a obra é impressa, porque ali na frente do quadro dá para ver melhor, além dos detalhes, claro, a enorme quantidade de tinta que forma os relevos e as depressões nas imagens! Gostei demais, nas paisagens - que não costumam me agradar - de toda aquela série(?) de árvores, tipo The Pink Peach Tree, The Pink Orchard, Almond Blossom, Almond Tree in Blossom, etc.
Fomos também no Rijksmuseum Amsterdam (http://www.rijksmuseum.nl/), muito bom, mas não ganhou do Van Gogh.
Foram algumas tentativas de fotos nessas letrinhas, que ficam em frente à lojinha do museu, já que elas estavam sempre entupidas de gente querendo fazer o mesmo. Fomos persistentes e conseguimos algumas sem ninguém atrapalhando!
Com chuva
E enfim, com o tão esperado sol
Souvenirs
Fizemos um passeio de barco pelos canais. São vários e cada um tem um nome, como se fossem ruas, embora eu ache que só mesmo os guias de turismo devem saber. Ao longo do trajeto se vê um monte de gente pelas beiradas dos canais lendo, conversando, namorando, comendo, fumando, etc.
Conterrâneos marcando presença
Não precisa de muita atenção para notar a inclinação dos prédios, que, às vezes, vão praticamente se "deitando" uns nos outros, tipo dominó.
(E eles estão no "centro" também)
O ventinho nos cabelos foi de longa duração e a paisagem era sempre bem bonita, no entanto, editei para poucos segundos porque é tudo super parecido. A música é só pelo fato de o cenário ser Amsterdã, hehe.
Fora os pontos mais evidentes de referência, a arquitetura e o estilo da cidade são bem uniformes. É tudo bem parecido e pode ser complicado se orientar. No último dia, voltando de metrô para o hotel, Dada e eu tivemos algumas atrapalhadas na localização.
- Ah, pronto, estamos chegando, olha aqui a pontezinha!
(dois minutos depois)
- Opa, acho que não era aquela, é essa!
- Não, ali tem outra, deve ser aquela.. Oh no, todas as pontezinhas são iguais, e tem uma a cada duas quadras!
Perguntamos para o motorista, em um inglês bem fraco, e ele respondeu:
- Rlhjdkeoamslofiospo uajdk!
Ficamos em silêncio, fizemos nova tentativa, e ele:
- Rlhjdkeoamslofiospo uajdk! Tksjez.
Bateu uma dúvida rápida sobre o que fazer: rir ou chorar, mas alguém que sabia uma língua entre o português e o espanhol nos salvou e explicou quantas paradas ainda faltavam para o local que desejávamos. Mesmo que ele quisesse nos levar para algum mal caminho, não tínhamos muitas alternativas além de acreditar. Quando descemos e estávamos no rumo certo, agradecemos ao universo por existirem pessoas do bem. Devido à nossa euforia por nos percebermos sãs e salvas, as fotos e vídeos desse momento não poderão ser publicados.
Conhecemos uma cidadezinha a meia hora de Amsterdã, Volendam. Um encanto!
As casinhas pareciam de boneca, todas seguindo certo padrão de estilo e tamanho. A praia de lá também é um amor.
haha
Na próxima atualização, conto sobre Paris. Ô vidinha.