terça-feira, 7 de julho de 2009

Parc del Laberint

Não tenho feito muita coisa, o calor toma conta do meu ser. É sério, por mais que haja uma vontade de movimentação, o corpo não permite.
Ainda assim, ontem fui ao Parc del Laberint d' Horta, local onde foram gravadas algumas cenas do filme Perfume - A História de um Assassino.
É um típico jardim neoclássico do século XVIII, e o que se conserva há mais tempo em Barcelona, na antiga fazenda da família Desvalls. As obras começaram em 1791, quando o marquês de Llupià e de Alfarràs, Joan Antoni Desvalls, criou o projeto, com a colaboração do arquiteto italiano Domenico Bagutti. Em meados do século XIX, os descendentes do marquês ampliaram o parque, e em 1880, foi feito um jardim doméstico, ao lado do palácio Desvalls. No fim do século XIX, a fazenda foi cenário para eventos sociais e culturais noturnos, com representações de teatro ao ar livre.
No início dos anos 1970, o parque passou para as mãos do Ayuntamiento, que o abriu ao público. Quartas e domingos a entrada é franca, mas como não sabíamos disso, desembolsamos os dois eurinhos e dezessete cêntimos. Ainda bem que é baratinho, porque não é um local muito próximo para se ir e desistir de entrar. Da minha casa, precisaria pegar um ônibus até a estação de metrô Lesseps, na linha verde, e de lá até Mundet, que é umas cinco estações depois, na mesma cor, pelo menos. Como eu não estava em casa, entramos na estação Urquinaona (que fica a cinco estações da mais próxima de mim, para o lado oposto do parque), linha vermelha, descemos em Catalunya e trocamos para a linha verde, ou seja, ficamos no metrô por dez estações. Não é pouquinho tempo!


Em 1993, a União Europeia concedeu uma graninha que permitiu uma restauração das boas. Desde então, a concepção do espaço passou a ser de jardim-museu. O antigo palácio, hoje em dia parcialmente fechado, conserva uma torre medieval de defesa conhecida como Torre Subirana.
O jardim está disposto em três níveis: no terraço superior tem um "pavilhão" dedicado às nove musas, com uma escultura que representa a arte e a natureza. No terraço do meio, se destacam dois templos de estilo italiano, com estátuas de Danae e Artemis e colunas toscanas.
No nível inferior está o labirinto vegetal que dá nome ao parque, formado por mais de 750 metros de cipreses recortados.
Como é verão, as folhagens do labirinto, em si, estão um pouco secas e, em certos pontos, escassas. Dessa forma, acaba dando para enxergar um pouquinho dos caminhos nas laterais de onde estamos, o que, ao mesmo tempo que dá um alívio à claustrofobia, dá desespero também, já que se enxerga para onde se quer ir sem conseguir encontrar a "rota" certa.












O filme e a gente










Bom, o labirinto é menor do que eu pensava, mas - confesso - não conseguimos sair. Andamos por um caminho, por outro, acabávamos chegando no mesmo lugar, nos deparávamos com rumos sem saída, e quando avistamos o portal por onde entramos, saímos e chegamos à parte de cima do parque pelo lado de fora. Estragamos um pouco a graça, é verdade, ainda que tenhamos ficado perdidas por um bom tempo - inclusive na volta, quando tentamos de novo, sem sucesso.



Tinha uma fonte embaixo dessa estátua, e como quase todas as fontes, várias moedinhas no fundo. Mesmo quando não são conhecidas por realizar desejos, as pessoas tentam. Nós também, mas escolhemos as moedas de menor valor. Espero que a intesidade da concretização não tenha relação com o quanto se investe hehe


















Apesar dos mosquitos, o parque é muito bonito. A dengue não chegou por esses lados, o que já é mais tranquilizante, já que espelhos d'água estavam por toda parte. A sensação de estar em um cenário não me abandonou em momento algum. Enfim, demais.
Na volta, peguei meu querido e salvador ônibus 24 (me livra de subir lombas), na Plaza Catalunya, que ainda me impressiona e entusiasma com tanta luminosidade, às 20h02min. Aliás, nos programas de televisão, as apresentadoras dizem: "Yah son ocho y treinta de la tarde y vamos ver ahora las últimas notícias...". Soa estranho das primeiras vezes, mas é mais coerente com a visão que se tem da janela nessas horas.







Minha mãe se revelou fã, praticamente de carteirinha, do Michael Jackson. Está acompanhando todos os especiais sobre ele, e têm sido muitos mesmo! Acaba um em espanhol e logo inicia outro, quase todo igual, em catalão.
No Brasil também transmitiram ao vivo o funeral dele?
NÃO AGUENTO MAIS OUVIR FALAR DISSO.

E como a tv tem ficado mais tempo ligada, minha cabeça está repleta de uma propaganda em que se canta YA LO SABÍA, YA LO SABÍÍÍÍÍÍA. Os comerciais são imensos: "volvemos en SEIS minutos, después de la publicidad". Isso significa que em cada "volvemos ya", ouço essa musiquinha umas três vezes. É demais para mim.
E bom, começou o Festival de San Fermín, em Pamplona (Navarra, Espanha). Os canais de televisão fazem verdadeiras maratonas para acompanhar cada detalhe, tem um que está mostrando alguma coisa de madrugada, não sei, não assisto. É como a cobertura do carnaval no Brasil, Festival de Verão de Salvador, essas coisas. A transmissão, claro, porque o evento não tem nada a ver.
Loucura.

E passaram umas reportagens de pessoas que vão até lá para se arriscar correndo na frente dos touros, e outras que vão só para assistir. Chegam a pagar CENTO E CINQUENTA EUROS por uma sacadinha privilegiada para contemplar o "espetáculo", sendo que o que se pode ver diretamente de uma dura segundos, já que é tudo tão corrido, literalmente. Ah, eu não entendo.

E bom, lá vou eu cortar o cabelo de novo, parece que há anos não faço isso, cresceu numa velocidade absurda.