terça-feira, 20 de outubro de 2009

Fim de semana de comemoração

A hora de viajar é agora.
Amiguinhos, venham! Euro lá em baixo, esse é o momento!
Mas tragam seus casacos porque o frio já chegou!
Enquanto no Brasil o horário de verão recém começou, aqui ele se despedirá no próximo domingo (25). Aliás, a partir daí a diferença de fuso passa a ser de 3 horas.
Já faz um tempo que ando percebendo uma certa escuridão antecipada, principalmente se me lembrar das apresentadoras de TV falando "volvimos en directo y en España son ocho de la tarde..."
Não reclamo, quero vivenciar todo o tipo de sensação climática que o local pode me proporcionar.
Digo isso agora porque ainda não morri de frio, vamos ver o que me espera.

O final de semana foi dedicado ao aniversário da Bianca. Alex, marido dela (eu já disse isso várias vezes né, não vou mais explicar) veio passar aqui com a gente (ok, com ela) e fizemos uma certa sequência de comemorações. Na chegada, Bianca caprichou na culinária espanhola:


Sexta fomos ao La Luna, comemorando o aniversário de mais gente também. Sábado começamos por um show de flamenco que ok, foi baratinho, mas nem por isso recomendado. As proporções eram bem pequenas, ou seja, sala pequena, palco menor ainda,  quatro músicos, uma dançarina e outras duas mulheres devidamente caracterizadas (o que também não significa que estivessem bem vestidas) que só entraram no palco para acompanhar a música com palmas. Nada mais, o que fazia totalmente desnecessária a presença de microfones direcionados para as bocas delas. A guria até que dançava bem, mas a apresentação se resumiu em quatro canções. As duas primeiras e intermináveis, sem nenhuma dança, só com dois caras cantando e sendo acompanhados pela caixa flamenca e pelo violão (que só entrou na segunda música porque o violonista conseguiu chegar atrasado). No início, duas mulheres - que caíram na besteira de sentar na primeira fila - tiveram um ataque de riso com as interpretações dos cantores, que gritavam, gemiam e faziam caretas. As letras eram incompreensíveis, ainda que fossem em espanhol.
Depois entrou a dançarina, desempenhou direitinho sua função e logo se despediu, junto com toda a galera que estava no palco. Ficamos na dúvida se seria um intervalo mas era só isso mesmo. Na saída, uma fila imensa para entrar na próxima sessão, a vontade foi de desaconselhar todo mundo.


Daí, demos umas voltas pelo Bairro Gótico e pelo Born até encontrar um lugar para comer tapas/pintxos onde houvesse lugar para sentar.


Domingo, enfim, foi dia de almoço em casa, parabéns com vela improvisada e brazo gitano como bolo.


Um dia gelado de ventania está me esperando lá fora, assim como minhas deliciosas três horas em transporte público, que fazem parte da jornada para ir e voltar da aula de espanhol - que por sinal, não conta com a minha adorável presença há uns bons dias. Dito isto, é hora de ir. Conto com a torcida para que não chova.
Que me vaya bien.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Notícias rápidas

Quatro cursos novos estão dando uma preenchida na minha rotina:
  • CURTMETRATGES, no Centre Cívic El Carmel. Nesse, o objetivo é mais no sentido de gravar um curta, e vários colegas estão fazendo pela segunda ou terceira vez. É mais como uma ''oficina'', então serve como hobby. Tive duas aulas, desde a primeira se iniciou o enredo da história, a partir de um objeto sorteado. Pelo que entendi, todos serão um pouco responsáveis por tudo e o desenvolvimento será sem muitas regras.
  • Taller pràctic de curtmetratge: guió literari i guió tècnic. Aproveitem para treinar o catalão, lendo se entende - já ouvindo é mais difícil (e convenhamos, a língua é horrível): Desenvoluparem un guió literari, des de la idea, passant per l’argument i la caracterització dels personatges, fins a definir les escenes i l’escriptura en accions i imatges del guió. Ho traduirem en plànols tot elaborant el guió tècnic i ho deixarem llest per filmar. Descrição feita, explico: fomos indagados sobre certas preferências, e com pouquíssimo tempo para definir as respostas, tivemos que nos ''apresentar'' resumindo tipos de leituras habituais, assuntos sobre os quais reflexionamos com frequência, livros e  filmes preferidos, etc, com o objetivo de encontrar um ponto em comum em todos esses gostos. Assim, tendo alguma noção das pessoas com as quais poderíamos nos identificar, formamos grupos de três pessoas. Quanto a isso, só posso comentar que estava em um bom grupo, mas por um problema de divisões nos demais, fui colocada em outro, de modo que me ralei. Espero que, se algum dia um dos companheiros venha a ter acesso a isso, o português se torne algo de outro mundo e não haja possibilidade de decifrá-lo.
  • Taller pràctic de curtmetratge: preproducció, rodatge i postproducció. Esse e o anterior são no mesmo lugar, Casa Elizalde, que assim como o Centre Cívic El Carmel, faz parte do Ajuntament de Barcelona (uma das administrações públicas com responsabilidade política daqui). O resumo feito é: Coneixerem i experimentarem pas a pas el procés tècnic cinematogràfic que porta el guió tècnic a la pantalla. Començant per la prèvia de producció i organització del treball, aprenent a il·luminar i a treballar amb els actors durant el rodatge, fins arribar al muntatge del curt, llest per ser exhibit. Aqui, ao que tudo indica, a coisa será mais organizada e, digamos assim, metódica. Não sei exatamente quantos somos, talvez uns vinte. Cada um terá sua função específica, dentro das equipes de produção, direção, iluminação, câmera e arte. Nós pudemos citar preferências, por escrito, mas não teremos o poder de decisão. O critério será determinado por um dos coordenadores e será ele quem irá distribuir as funções - imagino que pelo menos um pouquinho baseado no que entregamos, para que haja alguma lógica nisso. Provavelmente saberemos nossos destinos na próxima aula.
  • Curso Básico de Fotografía, na GrisArt - Escola Superior de Fotografia. Esse não foi bem uma escolha. Em agosto, como eu comentei aqui no blog, aconteceu a Festa Major de Gràcia. Uma das propostas foi o concurso Captura Gràcia, realizado em parceria com a escola, cujo objetivo era premiar, justamente com esse curso, as três melhores séries de cinco fotos que, segundo a exigência, deveriam ser tiradas de um celular. Eu havia enviado uma série e, antes do dia da entrega dos prêmios, me ligaram perguntando se eu poderia comparecer (ou algum representante). Era impossível para mim, já que tinha aula, no mesmo horário, em um dos cursos que já citei. O cara revelou que fui uma das finalistas, e depois de confirmar que não haveria maiores problemas com a minha ausência, continuei dando preferência ao outro compromisso (eu ganharia merrmo, hehe). Liguei depois, resolvi tudo, e já tive minha primeira aula, muito boa, por sinal.  O curso é no valor de 650 euros e tem duração de três meses. Iriii, me dei bem! Ah, minhas fotos já estão aqui.

Depois posto fotos de Girona, cidade aqui perto bem bonitinha que conhecemos no feriado (dia 12 foi para nós também!). Afinal, a ideia era ser rápida.
Até mais!

domingo, 11 de outubro de 2009

Nacionalidade e (des)semelhanças

Uma vez, o namorado de uma colega que tive naquele curso que fiz em junho, na Escuela de Cine de Barcelona, que coicidentemente também era de Porto Alegre, falou uma coisa com a qual eu concordei - do jeito que o mundo é pequeno, é capaz de ele encontrar meu blog e ler isso um dia.
Estávamos quatro brasileiros conversando sobre qualquer coisa e o assunto mais ou menos se desenvolveu com a ideia de que no nosso país/nas nossas cidades, são as afinidades que fazem com que nos aproximemos de nossos amigos, quer dizer, o que nos une, muitas vezes, são as semelhanças que temos e enfim, nos reunimos com quem a gente gosta, baseados numa série de critérios. Em outras situações - mais especificamente em outros lugares, como é o nosso caso -, um dos primeiros fatores em comum para qualquer identificação é a nacionalidade. Quando alguém estrangeiro descobre ou percebe que outro alguém vem do mesmo país, quase que instantaneamente se cria um vínculo, que pode ou não ser verdadeiro e dar certo. O problema é justamente esse: quando se usa como parâmetro apenas o fato de "ser brasileiro" para  estabelecer uma possível amizade, parte-se de um ponto muito vago, geral demais, já que o fato de ter a mesma procedência, de forma alguma, determina as afinidades (ainda mais no Brasil, que é imenso e tão diferente de uma região para outra).
Ainda assim, é muito comum que exista uma certa formação de "guetos", tanto de brasileiros quanto de pessoas de outras origens. O que, como eu estava dizendo, não significa que esses grupos realmente se identifiquem. Eu já tive vários tipos de experiência nesse sentido: brasileiros legais, queridos, sem noção, malas, e assim por diante. Um dos casos foi de uma guria, também de Porto Alegre, que por descobrir que eu também sou de lá (daí), se achava meio íntima demais. Ela era o oposto de mim em vários aspectos e demorou para perceber que eu não queria muito papo, hehe.

Foi por estar relacionado com essas questões, que esse trecho do Bonequinha de Luxo me chamou a atenção:
"Talvez, como a maioria de nós em um país estrangeiro, ele não fosse capaz de localizar pessoas, de estabelecer um esquema de referência como em seu país de origem. Deste modo, todos os americanos tinham que ser avaliados sob uma única luz, a base da qual seus companheiros pareciam exemplos toleráveis da cor local e do caráter nacional. Isso explicaria muita coisa... "
Eu mais ou menos diria que acabamos nos contentando com algumas companhias que nem sempre combinam com a gente. Como é passageiro, não existem frustrações a respeito disso. Complicado seria se isso fosse definitivo!
Reforço: nem sempre combinam com a gente. Porque, claro, é possível descobrir pessoas com as quais existe mais afinidade.

Mudando de assunto: tenho pendências que tentarei resolver ao longo da semana e, conforme elas forem sendo liquidadas, vou dando notícias e contando novidades.
Minha câmera está meio problemática e tem tido vontade própria, o que impede que eu tenha fotos para compartilhar hoje. Mais um probleminha para dar conta, o plano é agilizar logo isso.
Beijinhos

sábado, 10 de outubro de 2009

Carmen

Bem atrasada nas atualizações, volto ao dia em que Bianca, minha mãe e eu fomos assistir ao - sem palavras - espetáculo de dança Carmen, interpretada belissimamente por Sara Baras.
 




Como é de praxe, as fotos durante o espetáculo são proibidas, ainda que sempre se vejam uns flashes em alguns momentos. Consegui algumas na internet, e como fiquei/estou absolutamente encantada com tudo que vimos, compartilho um pouco do que encontrei por aí.

 
 
 


"Carmen es ya un mito que convive desde hace décadas en el imaginario colectivo de la cultura española. La fuerza de su actitud de mujer se ha independizado del personaje creado por Merimé y hoy existe en si misma. Su manera apasionada de vivir ya no es extemporánea y su libertad para tomar decisiones y para vivir está plasmada en muchas y muchas mujeres que albergan, hoy en día, dentro de si, algo de Carmen.
Esa Carmen que Sara Baras ha creado también se ha hecho independiente de la razón creativa del autor de la historia original y del mismo Bizet en su versión lírica. La Carmen de Sara Baras es una consecuencia de si misma, y por tanto se ha separado parcialmente de la música de uno y casi totalmente del hilo argumental del otro. Pero se ha sabido mantener atada a la tragedia del amor que la simboliza, y la artista lo expresa de la mejor forma, con el lenguaje propio que sólo el flamenco puede darle.

Pasión y desengaño están presentes en Carmen, sin estereotipos, eso sí, porque la de Sara Baras es una Carmen que sólo está hecha de fuerza, de sentimiento y sobre todo de grandeza. Carmen, el espectáculo, se crece mucho más que una tragedia hecha flamenco. Sin los límites que impone la dramaturgia, la fuerza de su base conceptual está en el gesto y sobre todo en el baile, en esa capacidad infinita de expresión que tiene el flamenco. En Carmen de Sara Baras la hondura del flamenco arrasa la palabra y da paso a la acción.
(…) y ahora en 2009 llega una Carmen libre y autentica, cuya actitud de mujer es sinónimo de vida."
do programa do espetáculo




 

 
      
          
  
  
 
 
 
 
 
 
 
 
   
     
 

   
   
Resuminho aqui. Ah, sério, fantástico!




Lindo, comovente, apaixonante... Não me atrevo a tentar descrever muito mais.
Recomendo totalmente.
Bravíssimo!