domingo, 11 de outubro de 2009

Nacionalidade e (des)semelhanças

Uma vez, o namorado de uma colega que tive naquele curso que fiz em junho, na Escuela de Cine de Barcelona, que coicidentemente também era de Porto Alegre, falou uma coisa com a qual eu concordei - do jeito que o mundo é pequeno, é capaz de ele encontrar meu blog e ler isso um dia.
Estávamos quatro brasileiros conversando sobre qualquer coisa e o assunto mais ou menos se desenvolveu com a ideia de que no nosso país/nas nossas cidades, são as afinidades que fazem com que nos aproximemos de nossos amigos, quer dizer, o que nos une, muitas vezes, são as semelhanças que temos e enfim, nos reunimos com quem a gente gosta, baseados numa série de critérios. Em outras situações - mais especificamente em outros lugares, como é o nosso caso -, um dos primeiros fatores em comum para qualquer identificação é a nacionalidade. Quando alguém estrangeiro descobre ou percebe que outro alguém vem do mesmo país, quase que instantaneamente se cria um vínculo, que pode ou não ser verdadeiro e dar certo. O problema é justamente esse: quando se usa como parâmetro apenas o fato de "ser brasileiro" para  estabelecer uma possível amizade, parte-se de um ponto muito vago, geral demais, já que o fato de ter a mesma procedência, de forma alguma, determina as afinidades (ainda mais no Brasil, que é imenso e tão diferente de uma região para outra).
Ainda assim, é muito comum que exista uma certa formação de "guetos", tanto de brasileiros quanto de pessoas de outras origens. O que, como eu estava dizendo, não significa que esses grupos realmente se identifiquem. Eu já tive vários tipos de experiência nesse sentido: brasileiros legais, queridos, sem noção, malas, e assim por diante. Um dos casos foi de uma guria, também de Porto Alegre, que por descobrir que eu também sou de lá (daí), se achava meio íntima demais. Ela era o oposto de mim em vários aspectos e demorou para perceber que eu não queria muito papo, hehe.

Foi por estar relacionado com essas questões, que esse trecho do Bonequinha de Luxo me chamou a atenção:
"Talvez, como a maioria de nós em um país estrangeiro, ele não fosse capaz de localizar pessoas, de estabelecer um esquema de referência como em seu país de origem. Deste modo, todos os americanos tinham que ser avaliados sob uma única luz, a base da qual seus companheiros pareciam exemplos toleráveis da cor local e do caráter nacional. Isso explicaria muita coisa... "
Eu mais ou menos diria que acabamos nos contentando com algumas companhias que nem sempre combinam com a gente. Como é passageiro, não existem frustrações a respeito disso. Complicado seria se isso fosse definitivo!
Reforço: nem sempre combinam com a gente. Porque, claro, é possível descobrir pessoas com as quais existe mais afinidade.

Mudando de assunto: tenho pendências que tentarei resolver ao longo da semana e, conforme elas forem sendo liquidadas, vou dando notícias e contando novidades.
Minha câmera está meio problemática e tem tido vontade própria, o que impede que eu tenha fotos para compartilhar hoje. Mais um probleminha para dar conta, o plano é agilizar logo isso.
Beijinhos