quarta-feira, 16 de setembro de 2009

1er Día de Brasil en Catalunya

Domingo, dia 13 de setembro, foi a primeira edição do dia do Brasil na Catalunha. Apesar das atrações não serem muito convidativas para o meu gosto, Miriam, Bianca e eu fomos porque achávamos que poderia ter alguma coisa interessante e, principalmente, comida - hehe.
Aí está o anúncio da festa. No turbante, as frutas foram substituídas pelo burro e pela bandeira da Catalunha, pela Sagrada Família, pela Torre Agbar, pelos típicos castelos humanos e pelo lagarto de Gaudí, entre outros.
    
 
  
Posso contar nos dedos - de uma só mão! - quantas vezes Barcelona foi cenário de chuva, seja lá de que intensidade, durante esses quase cinco meses que estou aqui. Domingo foi dia de excessão e choveu um pouquinho. Acabamos indo para a "festa" só no final da tarde, carregando casacos finos porque a pouca água vinda do céu deu a impressão de tempo mais fresco. Em pouco eles já foram dispensados, qualquer solzinho já esquenta - e muito! - e voltando à regra da cidade: mesmo quando chove, o sol volta a dar o ar de sua graça minutos depois!
 
Eu sei que foi a primeira edição, mas foi bem decepcionante. Estava bem vazio (quero dizer, está certo que tinha gente, mas achávamos que encontraríamos muito mais), havia pouquíssimas bancas de comida e bebida (o que gerava filas enormes para comprá-las), e elas não eram lá muito típicas. As cervejas eram Estrella e San Miguel, durante os intervalos dos shows tocaram músicas estrangeiras (nada contra, mas achei fora da proposta), e enfim,  não tinha nem um Guaraná Antártica para fazer menção à terrinha.
      
         
 
                                                                                                 
    
Revista no pessoal DE MENOR que estava com bebida alcóolica     
    
  
Na hora do hino teve até choro. As pessoas se emocionam mesmo, até porque muitas devem estar aqui há mais tempo, aí sei lá, bate uma nostalgia, uma saudade, e um patriotismo, ainda que momentâneo.
  
  
  
   
Novamente sobre situação fora do comum em Barcelona, e também sobre chuva: na segunda-feira, nuvens negras e carregadas eram vistas principalmente pros lados da minha rua, e é claro que justamente no momento em que eu saí de casa para comprar meu almoço, do ladinho de casa e num período que não costuma durar nem 5 minutos, o céu desabou. Eu senti que a coisa estava meio crítica e cheguei a levar guarda-chuva, atitude essa totalmente inútil, uma vez que o vento fazia com que os enormes e fortes pingos caíssem quase em 180º. Meu tênis ensopou, assim como eu, por completo. Entrei no supermercado, que estava absolutamente lotado (aqui, mesmo quando existe mais de um guichê ou - no caso - mais de um caixa, é super comum que só haja uma pessoa para atender, aumentando consideravelmente o tamanho das filas - continuo sobre isso outra hora). Comprei três itens mas precisei ficar pelo menos uma meia hora na fila, com fome, com as roupas encharcadas, com frio e com péssimo humor. Formou-se um aglomerado de gente na porta esperando que chuva diminuísse para sair. Como eu já não tinha escapatória e não tinha mais nada seco mesmo, fui para casa, morrendo de medo de ganhar um corte na cabeça: era GRANIZO! Não seria tão surreal se fosse em outra cidade.
Óbvio que as roupas ficaram estendidas do lado de fora, óbvio que o quarto estava alagado, e óbvio que as cortinas estavam pingando - soy una persona muy afortunada.
 
Desse dia em diante deu uma esfriadinha.
 
Mamãe trouxe nossas encomendas! Bianca e eu já temos nossa erva-mate novamente - e pasmem com o meu nível de amor às tradições gaúchas: estava sofrendo com a falta do chimarrão!
Também já estou munida de cremes de cabelo e temos um imenso estoque de Ouro Branco!
 
Já tirei meu edredonzinho do armário e hoje quando fui para a rua tive a sensação de voltar no tempo (ou nas estações), porque lembrei da época em que cheguei, quando saía de casaco e depois de uma caminhadinha começava a sentir calor.
E bom, não sei como farei para iniciar o meu desapego pelas coisas materiais, porque é certo que precisarei desse dom na volta! Jamais conseguirei levar tudo o que trouxe e mais o que fui consumindo. Só calças, já tenho umas vinte (ok, eu trouxe muitas, e o que é pior: duvido que a metade delas ainda entre em mim).
As decisões do que vai e do que deixarei para trás serão sofridas.