As coisas não começaram muito bem, embora o resto da viagem tenha sido ótimo. Bianca, minha mãe e eu passaríamos cinco dias em Londres, na casa do marido da Bianca, que está morando lá. Minha mãe mal voltou do Brasil e já ficou entupida de compromissos na universidade, inclusive um que faria com que ela adiantasse a volta. Paciência, pagou uma multa e transferiu a passagem, de modo que ficaria só dois dias com a gente.
Na ida para o aeroporto, conhecemos um brasileiro muito engraçado, o João, que estava indo para o mesmo destino que a gente (em outro vôo). Acabou nos contando suas peripécias por Barcelona e detalhou as entrevistas que precisou dar outras vezes na imigração de Londres, conhecida e geralmente temida pela maioria. Ele estava super em cima da hora para embarcar mas sem nenhuma preocupação, disse preferir assim porque tinha "mais emoção".
Nós, pelo contrário, chegamos com umas duas horas de antecedência. Não foi suficiente, porque encontramos um caos geral e filas gigantescas.
Com isso, precisamos fazer tudo com extrema pressa, já que demoramos até a fila andar! Foi nesse transtorno de check-in, comprovantes de volta (para justificar na imigração de Londres) e literal correria, que minha mãe notou a falta do seu passaporte no detector de metais e raio-X das bagagens de mão. Como ali não precisaríamos dele, apenas do cartão de embarque, passamos, mesmo preocupadas e esperando encontrá-lo. Só foram exigidos mesmo na fila onde são carimbados por passarem pela fronteira (até que enfim um carimbo para a coleção que eu pretendia fazer - bem mixuruca, mas...)
O cara responsável pela nossa fila disse que era impossível sair dali sem ele. Minha mãe me entregou as libras e foi correndo iniciar a busca. Bianca e eu passamos e nosso embarque já tinha começado. Ficamos nos comunicando pelo celular, minha mãe ia fazer a denúncia de perda na polícia quando alguém encontrou e foi levar para ela. Nisso, nós duas entramos no ônibus que levaria até o avião, e o embarque foi fechado. Por um ou dois minutos, mamãe não conseguiu ir com a gente.
Não valeria a pena trocar a passagem, só tinha para bem mais tarde, teríamos que passar separadas pela imigração, esperar por ela no aeroporto, e acabaríamos perdendo esse dia, ou seja, ela chegaria em Londres para já ter que voltar, praticamente. O mais ridículo foi que o avião ainda ficou 45 minutos em solo por algum motivo idiota.
Stress total. Depois nos demos conta de que minha mãe tinha ficado com toda a papelada que pretendíamos apresentar na imigração. Medinho, mas foi super tranquilo. Apesar de ter cidadania italiana e poder passar pela fila da Comunidade Europeia, Bianca passou comigo pelos "Não membros da UE" (e também para a comunicação em inglês) e foi tudo ok. O cara perguntou quantos dias ficaríamos, o que eu fazia na Espanha, colocou meu passaporte e meu NIE numa máquina para verificar se eram verdadeiros e me deu o carimbo! Isso dá direito a uma permanência de seis meses. Bom, eu fui só de passagem!
Bueno, Londres é uma das metrópoles mais povoadas da Europa. A população é umas das mais cosmopolitas do mundo, de modo que se vê gente de todo tipo pelas ruas. Antes eu não tinha tanto problema em admitir, mas já faz um tempo que fico meio envergonhada de reconhecer que não sei inglês :(
Bianca foi minha grande salvadora - terei que aguentar minha mãe me chamando de puxa-saco, mas correrei o risco. Além das traduções e pedidos por mim, me apresentou tudo que deu tempo. Ela já morou lá entre 2005 e 2006 e só esse ano já voltou várias vezes. Deve ser cansativo e até meio chato dar uma de guia, porque se tem um papel que aderi totalmente nessa viagem foi o de (extremamente) turista. Bianca e Alex: muitíssimo obrigada!
Se me largassem no meio da cidade e me dissessem "se vira", eu sentaria e começaria a chorar, provavelmente. São muitas linhas de metrô e, sinceramente, achei algumas meio complicadas. Nem sempre é só entrar na estação, ir para a direção certa e esperar o trem chegar. Certas vezes é preciso conferir o destino num painel digital para ver a que horas e em que plataforma ele chegará. Quando é logo em seguida, o melhor é sair correndo, porque em algumas o intervalo é de meia hora ou coisa do tipo.
O primeiro metrô do mundo foi construído em Londres, em 1863, e é a linha marrom, Bakerloo line. Ela fica próxima à Baker Street , "endereço" de Sherlock Holmes, que ganhou algumas homenagens por ali. Em algum trajeto precisamos pegar esta linha. Não tirei fotos, mas copiei uma da internet:
O Underground de lá, talvez também por ter estações mais antigas, é super diferente do daqui. As estações são beeem para baixo da terra (não é redundância, mas é que é muito subterrâneo mesmo!)
Aqui se desce pouco, um lance de escadas e pronto. Lá, algumas estações ficam a dois lances imensos de escadas rolantes para baixo. Tipo o dobro das de shopping cada uma, calculo eu. Outra conclusão: as pessoas não sentem frio. Nem calor. Enquanto eu tremia nas ruas, as outras estavam de pernas de fora e blusa de alça. Já quando os agasalhos para aguentar o clima do lado de fora me matavam dentro dos metrôs - que são super estreitos e absurdamente abafados, pela ausência de ar condicionado -, as outras permaneciam bem tranquilas, sem sinal algum de derretimento. Assim se explica o fato das inglesas que são turistas em Barcelona andarem com tudo muito mini: acostumadas ao frio, à primeira oportunidade elas já se pelam, lá mesmo. Aqui então...
Várias vezes me senti, sei lá, dentro do People+Arts devido ao inglês britânico tão marcado. Achava legal ouvir as pessoas no telefone, por exemplo. Um dia, no ônibus, por pouco não fiz amizade com duas guriazinhas fofas que estavam voltando sozinhas do colégio uniformizadas (casaquinho de lã, gravatinha, sainha, meinhas até os joelhos e sapatinhos - tudo no diminutivo merrmo), de risinhos, cochichos, celular cheio de penduricalhos e comunicado à mãe de que uma ia para a casa da outra. Quer dizer, não foi por tão pouco assim... Não puxei papo porque para isso o inglês seria necessário.
Elas realmente foram muito simpáticas comigo! Eu estava de pé com o ônibus um pouco cheio, me segurando do lado de onde elas estavam sentadas. Assim que liberou um lugar na frente (e de frente) para elas, que eu nem tinha visto pela quantidade de pessoas impedindo a minha visão, elas me cutucaram apontando. Saquei que elas queriam amizade, hehe. Agradeci EM INGLÊS (haha, difícil, não?) e sentei. Só pude trocar sorrisos, e elas estavam louquinhas para conversar, mas não pude fazer nada. Meu "Sorry, I don't speak english" já estava na ponta da língua com uma cara realmente de "lamento, queridas, queria muito essa interação" preparada.
A diversidade de penteados afro e de pinturas estilizadas de unhas (leia-se: bregas) é imensa; de culturas, mais ainda.
Vamos ao turismo:
Piccadilly Circus, famosa praça onde se cruzam as ruas: Regent Street, Shaftesbury Avenue, Piccadilly (que liga Piccadilly Circus a Hyde Park) e Haymarket. É ali também que se encontra o famoso outdoor...
Só depois foi que descobri a interatividade que o do Mc Donald’s propõe. Se tivesse me dado conta na hora, poderia fazer como todo turista que passa por ali sabendo disso.
No flickr foi feito um grupo só para essas fotos.
Bom, aí vão as minhas - que não ficaram boas - só como registro.
Posando
Acabada e tremida, no fim do dia (que passou voando)
Amei, amei, amei, ameeeeiiii Camden Town! Para não escrever demais, deixo aqui um pouco sobre o lugar (pouco mesmo, porque pela internet tem muuuita coisa), se alguém quiser se informar. Lendo por aí, descobri que a Amy Winehouse mora lá, em Prowse Place.
Quase enlouqueci com tanta meia calça e minha vontade era de ter todas, mas me contentei com duas. Ok, não me contentei, me conformei. Óbvio que tem coisas meio punks demais, não exatamente para mim (hehe), mas quis comprar muita roupa, muito casaco, muita quinquilharia... Auto controle foi o que me guiou, minha mala era pequena e deveria conseguir levar tudo de volta. E poxa, segundo dia, se eu realmente não me segurasse...
A feia que atrapalhou nossa foto na pontezinha do Regent's Canal, haha
Eu (com frio), Bianca e Alex
O dia seguinte foi mais do que dedicado a fotos turísticas meeesmo - faço questão de reforçar porque elas vão ficando cada vez mais típicas! Eu e a London Eye ao fundo, eu e o Big Ben ao fundo, eu e o Tâmisa ao fundo, e assim por diante...
Ah, no mesmo dia se percebem momentos mais cinzentos, outros mais ensolarados... Lá vai:
London Eye + Westminster Bridge
Do outro aldo da rua: Palace of Westminster (Parliament House ou ainda Houses of Parliament)
River Thames + Parliament House + Big Ben (a decepção de muitos)
A mão inglesa sempre me deixava totalmente insegura na hora de atravessar as ruas. Está certo que tem os avisos no chão (hehe), mas eu sempre olhava para os dois lados. Ainda assim, Bianca e eu nem sempre estávamos muito atentas, e tivemos sorte de escapar de atropelamentos, no mínimo ums três vezes. E agora, já em Barcelona, acabo olhando para a esquerda antes de atravessar. Meu cérebro atrasou um pouco..
Buckingham Palace
Em frente ao Buckingham Palace
Logo do ladinho, na entrada do Green Park
Green Park
O Green Park faz parte dos quatro parques reais (Kensington Gardens, Hyde Park, Green Park e St. James Park) por onde passa o "Caminho em Memória de Diana – a Princesa do País de Gales". O trajeto tem 11 quilômetros e "engloba", digamos assim, prédios que fizeram parte da vida dela, tais como Kensington Palace, Buckingham Palace, Clarence House, St. James's Palace e Spencer House, a antiga casa da família Spencer em Londres.
Sofrendo com o peso da porta (já sei que meu rosto está redondinho e tomarei providências)
O que eu estava sabendo sobre o Soho, é que era o "bairro tipicamente chinês de Londres". Bom, é muito mais que isso.
National Gallery
Fiquei um pouco espantada ao ver ESSES girassóis do Van Gogh, porque tinha absoluta certeza de tê-los visto no museu dele, em Amsterdam. Desconfiei de que pudesse ser uma réplica e a Bianca disse ter certeza que era original. Não queria acreditar que estivesse louca. Pensei que já tinha visto muitos museus e obras do Van Gogh em lugares diferentes, mas eu tinha certeza, lembro até de ter me fixado um tempo na assinatura dele, e a que estava ali me parecia mais perfeitinha do que a que eu lembrava, o que me fez cogitar ainda mais na hipótese da réplica. Resolvemos pesquisar o assunto depois, e me sinto bem mais leve agora: a National Gallery não está enganando ninguém e, de fato, eu vi os girassóis! Até me senti um pouquinho ignorante por não saber que ele pintou sete(!) telas de girassóis quando viveu em Arles, com objetivo de decorar a sua casa. O quadro que eu já tinha visto era ESSE. Agora me digam: caso não soubessem da existência de uma série, não daria para concluir que o que está em Londres é falso? É mais claro, mais contornado, tem uma assinatura mais desenhada (dela eu lembrava bem!), não tinha tanto excesso de tinta (que como eu comentei da outra vez, não pode ser observado sem ser ao vivo - sou uma privilegiada, que beleza!)
O museu fica na famosa Trafalgar Square, e bem ali, em cima dessas "colunas" altíssimas, nos deparamos com essa cena, na saída:
Tipo, não entendi nada! Fiz como todos os curiosos que estavam de pescoços para cima olhando e registrei. Tinha uma multidão de homens babando e nesse momento aí de cima, mais especificamente, muitos gemeram ahahahah
Vários estavam berrando coisas para ela, que dava sorrisinhos, agradecia, e fazia mais algum tipo de "provocação". Não havia motivo nenhum... Pensei que ela pudesse ter sido contratada, mas não encontrei uma finalidade, e se fosse por puro exibicionismo, ela já teria sido retirada pela polícia dali de cima. Acho que quando presenciamos isso ela deveria ter recém começado a se rebolar, e por isso não tinham sido tomadas providências ainda.
Ah, isso reforça minha tese: inglesas não sentem frio.
Já eu... aí demonstro todo o meu frio, estava tremendo hehehe
Abriu um solzinho e eu me liberei
Eu, como muita gente, achava que essa era a London Bridge. Li em um blog e fui conferir: no clipe de mesmo nome, da Fergie, eles filmam a ponte errada (ou seja, essa das fotos). Isso porque o nome é o mais famoso, e essa ponte é a mais conhecida. Ledo engano: o cartão postal é a Tower Bridge, mas na internet, por exemplo, a imagem aparece para qualquer referência da London.
City Hall, sede ultrafuturista e ecológica da prefeitura
De volta ao Palácio de Buckingham, assistimos um pouco da troca da guarda. Estava lotado, mas um cara foi gentil e me deixou perto do portão para dar uma olhadinha e tirar umas fotinhos. Dizem que a rainha gosta das músicas do Abba... Bom, algumas delas fazem a trilha sonora dessa cerimônia. Haha, achei o máximo, é uma coisa que não combina muito bem.
Nessa hora esses dois vão tirar fotos com os turistas em troca de uma ajudinha financeira. E dão uma pulserinha como "recompensa". Tirei de longe merrmo, que palhaçada!
Resumi uns vídeos que fiz, só para constar mesmo:
Para mais detalhes, tem esse outro no youtube.
British Museum
Hihi
Fiquei muito impressionada com esse:
A plaquinha dizia que ele tinha se mantido conservado assim devido as areias do deserto. Foi encontrado com esses objetos em volta. Dava para ver um resto de cabelo, uns dentes.. Em baixo, alguma coisa que me pareceu uma pele meio caída.. Agonia total!!!
Saint Paul's Cathedral, onde casaram Charles e Diana.
(Proibidas as fotos no interior)
Foi tudo muito bom, embora tenha passado hiper rápido. Fizemos muiiita coisa, caminhamos horrores, subimos e descemos inúmeras escadas, acabamos com nossas coxas, panturrilhas e, no meu caso, joelhos (não sei mais o que fazer com tantos problemas físicos!).
Não poderia esquecer: praticamente enlouquemos na Primark, uma loja que quero que chegue com urgência a Barcelona! Tem algumas pela Espanha, mas não aqui. Se tivesse, tenho absoluta certeza de que minha situação (leia-se: espaço nas malas) seria mais complicada na volta ao Brasil, porque faria a festa nas compras, e não é que eu seja consumista, mas NINGUÉM sai da Primark sem levar uma sacolinha! Tem muita variedade, muita roupa/bolsa/sapato/acessórios em geral/etc etc etc bonitos, e o melhor: preço baixo! Por onde eu for, de agora em diante, pesquisarei sobre a existência desse paraíso e farei minha visita!
No último dia, tínhamos pouco tempo, já que nosso vôo era relativamente cedo. Quero dizer, era quase de noite, mas precisávamos sair de casa, voltar, pegar as malas, comer alguma coisa e já sair para cumprir todo o trajeto com certa calma. Não poderíamos nos distanciar muito, então fomos ao Greenwich Park.
De manhã, nos deparamos com uma surpresinha:
Longa subida com cachorros babões nos perseguindo até a entrada do parque (a parte com o meridiano, telescópios e etc). Pernas trêmulas tamanho o esgotamento, e lá em cima, a "grande atração" deixou a desejar.
Olha a excursão aí hehehe
Pisei! Não tive emoção nenhuma, falo mesmo
A linha é super mini, imaginei que fosse mais... sei lá, extensa?
Decepcionou.
Tinham umas gurias tirando fotos com os pés em volta do nome do Rio de Janeiro, mega empolgadas cantando "Chacrinha continua balançando a pança... Alô, alô Realengo, aquele abraço! Alô, torcida do Flamengo, aquele abraaaço...". Eu devo ter dito algo como "que calor!", após subir tantas lombas, e uma delas achou o máximo a presença de mais uma brasileira no local. Soltou a pergunta/exclamação "Brasileiras?!?!?!", ao que eu respondi com um risinho. Não entendi o motivo da surpresa, o que mais se vê por aí somos nós!
Ah, falando nisso: no primeiro dia, ao entrar no Mc Donald’s pela noite, assistimos a uma triste, deprimente e deplorável cena! Duas brasileiras, uma mais baranga, vestida de Mulher Maravilha, e outra, um pouco mais decente, de abelhinha. Ambas as fantasias eram extremamente curtas e vulgares, e elas estavam se empinando completamente no balcão (repito pela milésima vez: e o frio, cadê?)
Certo, elas deviam estar indo para alguma festa temática, mas em dois minutos chegaram uns caras atrás delas e começaram com "sexy", e derivados. Elas deram total bola para eles, e quando eu vi, a Mulher Maravilha (que a única coisa que tinha de ok no corpo era a completa ausência de celulites que eu repareeei) tinha tirado a sua capinha e estava enrolando no pescoço de um dos altões, puxando ele para si. Sentaram todos juntos para comer (amizade em menos de três minutos) e não fiquei para ver o desenrolar dessa história. É nesse tipo de situação que se espalha uma fama generalizada demais das brasileiras.
Haha, e um diálogo que ouvi, saindo da troca da guarda (onde todo mundo se expreme para tentar ver alguma coisa):
- A garota foi muito mal educada comigo, ficou me empurrando, toda cheia de grosseria!
- Pois é, aquela outra chegou para mim cheia de "Please, madame, please, madame" e eu: "Aaaah, vai à meerrrrrrrda!"
Minutos depois, avisto essa mesma senhora na loja de souvenirs, tentando escolher um chá e atucanando as vendedoras:
- Eu quero um té..... Esse té não!....(aponta para a vitrine) Please, aquele té ali cê não tem, não?.... (olha o rótulo) Nossa, esse é muito goxxxtoso, mas daquele outro té...cê não tem?
Assim fica fácil. E ridículo, né?
Um pouquinho de London, com uma das Queen's House ao fundo
A pacinha, forrada pela meia calça
Hora de fazer milagre para fechar a mala. Eu consegui quebrar o pezinho da minha na ida e ela ficou assim
Mais um tchauzinho da Bianca à "nossa" rua, dos vários que ela já deve ter dado esse ano
De olho nos assentos vagos, ir em pé não é comigo
Esse post já está longo demais (dividí-lo me daria muito trabalho), então, uma vez na vida, tentarei ser sucinta: viajamos com malas de bordo. Em alguns aeroporto é só passar, mas em outro as malas desse tipo são rigorosamente medidas, e se estiverem fora dos tamanhos máximos, devem ser despachadas, serviço esse que é cobrado, principalmente se for na hora (taxa ainda maior). Na vinda, estávamos cada uma com a sua malinha e mais uma bolsa, e quando embarcamos nos mandaram colocar a bolsa dentro da mala porque, de fato, só poderíamos ter UMA bagagem de mão. Como as malas ainda não estavam tão abarrotadas, não houve maiores problemas. Já na volta, hehehe... Bom, eu estava com a mala quase abrindo, a bolsa pesada e super cheia, e mais uma sacola. No check-in, a moça nos mandou colocar as malas naquele molde máximo. Dissemos "ok" e passamos por ali rapidinho, sem nem cogitar fazer o que ela pediu, porque nossas bagagens extrapolariam bastante o estimado. Paramos num cantinho para tentar reorganizar o lugar de algumas coisas, coloquei todos os casacos que pude, e depois entendemos que quando as compras são feitas no próprio aeroporto (freeshop, por exemplo), eles não podem exigir que a pessoa não carregue pacotes adicionais. Como teríamos que lanchar mesmo, fizemos um ranchinho e o saquinho (de super) abrigou livro, carteira, todos os cremes de cabelo/corpo/perfume/cosméticos líquidos que precisam ir naquele zip-loc, e ainda uma manta de soft que comprei na Primark, hahahah, acho que dá para imaginar a cena. Disfarçamos e ninguém percebeu nosso excesso de tralhas no raio-x, depois fomos ligeiras numa fila onde viam os cartões de embarque e passaportes (o cara olhou o meu e disse "Obrrrigado, meu amô-oor"), e na fila maior mesmo, na última etapa para entrar no avião, segurei a mala e a sacola na mesma mão (ai dele se falasse algo contra a minha sacolinha plástica), coloquei a bolsa no ombro oposto ao lado onde o homem que destavaca o cartão de embarque estava, joguei ela toda para trás do corpo, pus meu cabelo na frente, tentando esconder a alça e passei por ele meio de ladinho. A Bianca vestiu o casaco por cima da bolsa, mas ele não percebeu o calombo que ficou nas costas dela, hehe. Foram momentos meio apreensivos, mas quando deu tudo certo pareceu divertido. enfim, estamos experts em burlar controle de bagagens! Quer dizer, se alguém tiver coisas ilegais para transportar, já não podemos ajudar... Se o problema for espaço, temos muitas dicas, podemos dar consultorias!
Voamos em paz e na presença de um céu bonito.
Chegando aqui, nos separamos na imigração (já estava me sentindo em casa novamente, sabendo a língua, segura de mim): "Ciudadanos UE" e eu, "No ciudadanos UE). Na minha vez, não dei nem um "Hola", só entreguei meu passaporte e meu NIE. O idiota que estava na minha frente recebeu um carimbão sem nem ter tempo de pensar, e eu, só porque tenho documento de moradora, não ganhei o meu! O mal humorado do guichê olhou minha foto, me olhou, viu meu Nº de Identificación de Extrangeros, digitou qualquer coisa no computador e me deixou passar. Ainda não tenho meu carimbo de Barcelona, que raiva dessa gente. Da próxima vez estou pensando em pedir...
Ok, não deu para ser sucinta.