quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Lisboa

A volta para Lisboa (dessa vez para ficar uns dias) também foi de trem. O mesmo esquema da ida, só que do ladinho do vagão restaurante! Ok, estava mais para "vagão lanchonete", já que o trem é de viagens de curta distância e não dá tempo de sentir nenhuma fome absurda. Mas as "ferrovimoças" (sou muito criativa, hehe) passaram com aquele carrinho oferecendo (leia-se: vendendo) lanchinhos e não deu para resistir. Farei um comentário sobre os serviços de bordo numa próxima postagem.
Trajeto Porto - Lisboa




Nosso recente e querido amigo Leandro (o mesmo que nos acompanhou a Tossa de Mar), nos recebeu maravilhosamente bem em Lisboa, onde ele mora já há um bom tempo.
As linhas de metrô lá são absolutamente simples e sem mistério nenhum: vermelha, azul, verde e amarela, e as correspondências são hiper fáceis. Elas também são relativamente curtas, já que a cidade não é enorme. Para ser mais precisa, é ainda menor que Barcelona: 83,84km², segundo dados de 2007.
Comparemos a "complexidade" das linhas:
Lisboa

Barcelona

As estações, também por serem mais novas, estão bem conservadas e algumas são super bonitas.
Não que isso seja surpreendente, mas tem muita coisa relacionada ao Brasil em Portugal: nossa música é muito escutada (inclusive ia Samba e derivados, hahaha), os lugares de comida típica brasileira se proliferam, e alguns canais de televisão (além dos brasileiros internacionais, tipo Globo, Record, etc) transmitem programas e, principalmente, novelas da terrinha. Ok que muita gente detesta e reclama deste vício nacional, mas não dá para negar: o Brasil tem produções que colocam as de outros países no chinelo - e atores também. Aqui passava uma tal de "Doña Bárbara" que meu Deus!! A programação varia desde  "Caminho das Indias" até "Mulheres de Areia".
Várias semelhanças nos nomes de ruas e estilos também são bem visíveis, mas isso já é inspiração/cópia nossa.
O famoso calçadão de Copacabana, por exemplo, é baseado no traçado da Praça do Rocio, que representa o encontro das águas doces do Tejo com o Oceano Atlântico. O nosso calçadão foi construído em 1906 pelo prefeito Pereira Passos, que importou de Portugal as pedrinhas - já que as jazidas delas pelo país todo só foram descobertas um tempinho depois - assim como um grupo de calceteiros. O desenho original sofreu algumas mudanças até chegar ao layout atual, e se alguém quiser saber, aqui é possível acompanhar toda a história do calçadão, e de várias calçadas de pedra portuguesa no Rio de Janeiro - não quero ninguém avacalhando porque eu achei bem interessante.
Se forem reparando, em algumas fotos dá para observar as pedras portuguesas..

O Chiado é um dos bairros mais cheios de história de Lisboa, e foi conhecido ponto de encontro de intelectuais do Romantismo Português. Hoje em dia, além de ser uma zona cultural, é um importante centro comercial da cidade. Estão espalhadas por ali estátuas de portugueses renomados, como Fernando Pessoa (sentadinho numa mesa exterior do Café A Brasileira), Camões, e António Ribeiro, O Chiado.


Largo do Chiado



Praça Luis de Camões


Também nessa região está o Museu Arqueológico do Carmo, surgido a partir das ruínas do Convento do Carmo, que se encontra no... Largo do Carmo!





Pertinho também se pode "passear" de elevador, hehe. É o Elevador de Santa Justa (também conhecido, surpreendentemente, como Elevador do Carmo), que liga a Rua do Ouro e a Rua do Carmo ao Largo do Carmo, é claro. Difícil seria esquecer o nome que predomina na área. (Fotos daqui a pouco)

Rolé por aí





Belém é o bairro de maior patrimônio relacionado aos descobrimentos, pois foi da praia de lá que partiu Vasco da Gama em direção à Índia.
Na Praça do Império está o Mosteiro dos Jerónimos, que teve a construção iniciada em 1501 e só concluída cem anos depois. A UNESCO reconheceu o local como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Praça do Império

Mosteiro dos Jerónimos







Os túmulos de Vasco da Gama e de Camões estão na igreja do mosteiro, a Igreja de Santa Maria de Belém.





Também em Belém, junto ao rio, outro monumento igualmente classificado como Patrimônio Mundial pela UNESCO: a Torre de Belém.
O Padrão dos Descobrimentos, bem mais recente (1960), retorna à época dos descobrimentos, e foi construído para o quinto centenário da morte do Infante D. Henrique.



Aiii, coisa rica da filhinha!





(atenção para o traçado do chão, hein)



Mamãe estava bem palhacinha e, ao mesmo tempo, indignada com nossos "descobridores", então resolveu manifestar opiniões e revoltas. Temos um registro em vídeo desse momento, mas como eu comentei antes, de polêmica já basta a da Maitezuxa. Divulgo uma foto e encerro esse papo.

Não posso deixar de citar, é claro, uma maravilha gastronômica: os famosos pastéis de Belém! Pela cidade é possível encontrar vários lugares que vendem "pastéis de nata", que devem ter quase o mesmo gosto, mas o original mesmo, só... em Belém! Impossível comer um só!


Apesar de nessa portinha dizer "entrada", acho que a galera usa como saída. Mamãe e euzinha entramos por ali, tranquilamente nos sentamos, em menos de 30 segundos fomos atendidas e em menos de dois minutos já estávamos degustando essas delícias, bem quentinhas, com açúcar e canela. Ficamos pouco tempo no local e, assim que saímos, reparamos que a calçada estava abarrotada por uma multidão de pé, formando fila para entrar! Hehe, não foi nossa intenção furar, mas né, não tínhamos percebido e ninguém nos avisou, nenhum garçom chamou nossa atenção nem nada. Pensei em contar esse segredinho para alguns que estavam esperando para entrar, dizer que tinha uma entradinha mais para trás, mas acabei deixando assim.



Agora sim, voltando: Elevador de Santa Justa
A passagem é baratinha, as duas cabines são enormes, o que faz caber várias pessoas a cada subida/descida, e uma funcionária é encarregada de abrir e fechar a porta, que precisa ser trancada com uma chave. A simplicidade e aparente fragilidade desse sitema dá um certo medinho quando se começa a atingir alguma altura.



 
 
 
Ops

Castelo de São Jorge ali no alto

Castelo de São Jorge mais de perto







 

Vocês já estão sabendo: estou sempre à procura de novas emoções (para o desespero de mamãe, hehe)


Mãe no castelo



Eu dando ordens a um súdito qualquer


Eu princezuxa, ignorando tudo e todos

I love perigo (brinks)




Pô!


Este é o elétrico, muito útil para chegar a determinados pontos da cidade


A Rua Augusta é o eixo central da Baixa Pombalina, região de ruas retas e perpendiculares para cada lado desse eixo. O nome claramente faz referência ao Marquês de Pombal, que mandou construí-la após o terremoto de 1755. A área é um dos primeiros exemplos de construção anti-sísmica. Os testes foram feitos utilizando tropas em marcha para simular um terramoto (hehe). Algumas medidas foram tomadas para prevenir também os incêndios.
Foi bem nessa rua que ficamos sabendo da exposição É PROIBIDO PROIBIR!, que tinha como enfoque os anos 60 e 70 na moda e no design. O local também era propício: MUDE - Museu do Design e da Moda. Tudo super bonito, organizado, bem explicado... ótimo!








"Iiih, fui enganada, me venderam álcool puro como Vinho do Porto!"
Pelo menos eu tentei estar de acordo com as especialidades do local..


A despedida hoje fica por conta de Mariza e Miguel Poveda, numa mistura entre o fado e o flamenco feita no Fados, do Saura. A Mariza é ultra conhecida e será, segundo alguns, a nova Amália. Que aliás, estava sempre em nossos ouvidinhos, em qualquer estabelecimento. Juro que me arrepio!





Ainda fico devendo Sintra e Cascais, vamos ver se consigo pôr tudo em dia antes de precisar me ausentar novamente. A vida anda corrida, galera!