Obviamente eu era a pessoa mais jovem no recinto, o que não foi suficiente para eu deixar de ouvir a pergunta "E você também está fazendo pós-doutorado, Rayssa?" HAHAHA, não(!) e toda uma explicação.
Queria ser poliglota sem esforços.
A volta para casa foi cedo por alguns motivos, dentre eles a incerteza quanto aos últimos horários do metrô. Enfim, meia noite e meia usufruindo de transporte público, 1h subindo duas ou três quadras de lomba a pé, sem olhar para os lados, sem pensar "Deus, me ajude!", quanta diferença!
Sábado: peguei um ônibus para descer num shopping e, COMO SOU DEMAIS, descobri uma feira lotada, calorenta e meio fedida (suor da galera pegando). Não entendi de primeira do que se tratava, mas me enfiei na multidão e comecei meu passeio. Os gritos eram tipo de feira de frutas/legumes. Em uma banca de sapatos em que os pares de cada um não estavam expostos e a bagunça era total, mãe, filha de idade intermediária e filho de uns 5 anos gritavam, em sequência, com uma escala decrescente de tom de voz: "EL OTRO PIE AQUI CONMIGO AIEEE". Era engraçado como a guria tentava se mostrar útil à mãe no trabalho, e a criança achava o máximo a brincadeira de imitação.
A quantidade de brasileiros que reconheci - porque estavam conversando, nada além disso - foi gigantesca, assim como a proliferação de mulheres de véu (iranianas, paquistanesas, indianas, etc, etc, etc). Em Barcelona elas já são muitas, mas a feira bateu recordes.
Voltei carregada de sacolas e, COMO SOU MUITO ESPERTA, desci na parada errada - mas a culpa não foi minha - e tive que subir uns quatrocentos e sessenta e sete mil quilômetros de lomba a pé, com todas as minhas várias mãos ocupadas e meus inúmeros braços lotados de tralhas.
À noite a janta foi aqui em casa, com o casal em que ficamos hospedadas nos primeiros dias. Agora já sei fazer sangria e sei também que a sobremesa mais viciante do mundo (quase todas me viciam) é o brazo gitano, nesse caso, de chocolate.
Domingo: Dia das Mães, para minha falência hehe.
Bairro Gótico não agradou mamãe, disse que era assustador e não quis entrar nas ruas, "ai que medo, vamos sair daqui", etc. O que vi não foi muito, e também não tive a impressão de ter muito mais para ver, mas pretendo voltar e de repente enxergar algumas outras coisas.
Domingo, a partir das 15h, alguns museus são gratuitos. Então tudo bem, é o momento de aproveitar, já que a entrada não é barata.
Ah, dia 16 vai ter a Noite dos Museus! Todos os que estiverem participando serão gratuitos entre 19h e 1h. O plano é listar todos que ainda quero ir e, dos que forem pagos, ir nos mais caros que entrarem na programação. Dos que realmente não abrirem suas portas de graça para a Rayssinha aqui, só vão ter restado os mais "baratos" hehe, não dá para marcar bobeira.
Também tem que ficar de olho porque além dessa noite e dos domingos a partir das 15h, tem umas e outras entradas livres no primeiro domingo de cada mês. Não quero marchar em nada.
Eu sei que não dá para tirar fotos, mas pô! Tive várias oportunidades de não ser flagrada por seguranças ou câmeras, no entanto tive a vigilância cerrada de D. Jane.
Pelo menos existe a internet...
Picasso engraçadinho




(Tinha uma dele só de cuequinha no chão que achei muito sexy, mas não encontrei)
Picasso e Jaqueline





Algumas das 58 interpretações de Picasso de Las Meninas,

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Não consegui encontrar a interpretação da anã com o cachorro, tão feia quanto, mas colorida e pincelada meio "de qualquer jeito".
Jamais compraria qualquer cerêmica dele, e não pelas fortunas que devem valer, e sim porque realmente a mi no me gusta. É arte, né. Muito relativo.
Não sou fã das obras, mas na lojinha do museu dá vontade de comprar tudo, e dessa vez, sim, o que impede são os preços...
Muita gula me acompanhou durante a tarde, não poderia ser diferente.
Por fim, BAHIANAS - Las originales.
Ps: a frase do domingo foi "Aqui é caro, Bianca, vamu rapá fora!"
Jane Felipe, ao analisar o preço da primeira etiqueta que visse em qualquer loja que entrássemos.