1. O jamón
Embora o gosto seja normal, o presunto daqui tem um cheiro que me lembra atum, o que não é lá muito agradável.
2. As conversas entre brasileiros
Falando entre si, misturam expressões em castelhano, chega a ser engraçado. Mesmo os que não estão aqui há tanto tempo já pegaram a mania do "pero, ¡vale!". É usado com ar de conformidade, eu compararia ah um "bla bla bla, mas né", sempre jogando os olhos para algum lado e levantando as sobrancelhas, mas o movimento é extremamente rápido. Ligeiríssimo também é o "pfff", meio que bufado quando se quer indefinir algo ou falar de uma complicação, sei lá, ainda não consigo definir sua utilização - mas é fundamental que haja uma participação dos olhos.
3. Outra noção de tempo
Quando alguém diz "amanhã tenho que estar cedinho na universidade", jamais devemos pensar em 6h/7h. Cedo aqui é 9h, e 15min depois de um horário combinado, nem sempre é considerado atraso.
4. Os pais
A cada dia aumento minha coleção de fotos de pais dedicados por aqui, eles estão por toda parte, fico bem bobinha assistindo a certas cenas.
5. Meu maravilhoso olfato
Tenho sentido o perfume de muita gente e penso "Fulano!... Fulana!", e controlo meu impulso de olhar pros lados para conferir se realmente não é alguém conhecido que passou por perto.
6. A autonomia dos vendedores
É extremamente comum encontrar as lojas fechadas com plaquinhas nas portas "Volto já", "Retorno em 5min", inclusive nos shoppings, em lugares de tamanho que exigiriam mais de uma pessoa para atender. Ou as fugidinhas são coletivas ou de fato não há mais ninguém além do que foi ao banheiro, do que foi comer... Alguém me disse ter lido uma placa "Saída para descanso pessoal" hahaha. (Sobre a siesta eu nem teço comentários)
7. As esquinas e uma série de eficiências
Muitas esquinas são rebaixadas, não havendo diferença de nível com o asfalto. Fora o medo dos ônibus passarem por cima da gente, tudo se torna mais fácil: a locomoção de deficientes, de carrinhos de bebê, a passagem de bicicletas, de carrinhos de compras, de malas, enfim. Itens esses que geram mais tópicos:
- 7.1. Deficientes físicos: o acesso também é facilitado nos tramvia. Não existem rampas, no entanto as paradas são da mesma altura da porta e o trajeto sempre mantém distância mínima delas, já que os trilhos estão posicionados de forma a permitir que isso aconteça.
- 7.2. Carrinhos de bebê: quando eu tiver um filho, quero carrinhos como esses. Um zíper praticamente fecha a criança numa espécie de acolchoado/saco de dormir de soft, a vontade de apertar os bebês aumenta. Também não me incomodaria de ser transportada assim, conforto ao máximo.
- 7.3. Bicicletas: o bicing é aquele esquema de pegar uma bicicleta e poder circular com ela durante meia hora. Aí é só estacionar em algum ponto destinado a isso e pegar outra. O pagamento é anual, só se cobra a mais se o tempo de 30min for excedido. Para quem gosta, as ciclovias estão perfeitinhas e chamando!
- 7.4. Carrinhos de compras: de costas, parece que as pessoas estão empurrando carrinhos de criança, a estrutura é parecida. Os modelos, apesar de seguirem um certo padrão, são bem variados, com diferentes formas de fechamento e funções mais incrementadas, como os compartimentos térmicos. Todo mundo tem os carrinhos e leva para cima e para baixo, até porque as embalagens dos produtos são imensas e pesadas, as quantidades dos produtos de limpeza, por exemplo, são absurdas! Nada feito para pessoas solteiras ou que moram sozinhas.
- 7.5. Malas e o transporte público: ir para o aeroporto de trem/ônibus/tramvia/metrô estando carregado de malas não vira indiada. Não sei como sobrevivem os taxistas, mas seus serviços não me parecem muito necessários, o transporte funciona muito bem e as passagens são todas integradas. O tipo de bilhete é o mesmo em qualquer meio de locomoção e pode-se usar a mesma passagem em trajetos de até 1h15min. Dá para comprar o T-10, ou seja, um ticket com 10 passagens, que vai mostrando quantas ainda estão disponíveis a cada vez que é validado, ao entrar no veículo. Atenção aos espertinhos: quem tentar burlar o esquema e não tiver bilhete, se for pego por algum fiscal (ainda não vi nenhum), deve pagar a pequena quantia de 40 euros. Eu não me arrisco, até porque sou honesta hehe
Bom, são detalhes, mas eu ainda estou deslumbrada.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
O negócio é aproveitar
Mãe Jane coloca roupas num balcão e diz:
- Yo voy levar
E a vendedora com um olhar de "não precisa se esforçar":
- Eu também sou brasileira.
Duas frases são mais do que suficientes para o início de uma troca de perguntas e respostas simpáticas com a promessa de "voltar sempre". E as coincidências com brasileiros que conhecem fulano que (veja só!) é amigo de infância daquele-outro são algumas, o que possibilita pedir opiniões e ouvir quase sempre a mesma coisa: no que diz respeito aos estudos, muitos gastaram suas economias fazendo um master aqui (= mestrado) e não ficaram satisfeitos. Até agora, todos disseram que a qualidadede de ensino e o nível de exigência no Brasil é superior, o que acabou com as expectativas de muita gente. Todos meio que admitiram que foram movidos pelo deslumbramento com o exterior, mas concordam que a experiência de morar fora e etc é ótima e vale a pena, mesmo passando alguns apertos. Ainda assim, há quem não pense em voltar.
Por tudo isso, não é uma boa dar início à graduação, seria dinheiro gasto (já que nem as universidades públicas são realmente gratuitas) sem o resultado esperado. Outra questão: os prazos para inscrições estão aí, são necessárias provas de ingresso e muitas são em catalão, ou seja, não! E mais: sem tempo para de concluir um semestre sequer, já que ele começa em setembro. A indicação é procurar outros tipos de curso, atividades de curta duração e "aproveitar a experiência" hehe. Vamos ver.
- Yo voy levar
E a vendedora com um olhar de "não precisa se esforçar":
- Eu também sou brasileira.
Duas frases são mais do que suficientes para o início de uma troca de perguntas e respostas simpáticas com a promessa de "voltar sempre". E as coincidências com brasileiros que conhecem fulano que (veja só!) é amigo de infância daquele-outro são algumas, o que possibilita pedir opiniões e ouvir quase sempre a mesma coisa: no que diz respeito aos estudos, muitos gastaram suas economias fazendo um master aqui (= mestrado) e não ficaram satisfeitos. Até agora, todos disseram que a qualidadede de ensino e o nível de exigência no Brasil é superior, o que acabou com as expectativas de muita gente. Todos meio que admitiram que foram movidos pelo deslumbramento com o exterior, mas concordam que a experiência de morar fora e etc é ótima e vale a pena, mesmo passando alguns apertos. Ainda assim, há quem não pense em voltar.
Por tudo isso, não é uma boa dar início à graduação, seria dinheiro gasto (já que nem as universidades públicas são realmente gratuitas) sem o resultado esperado. Outra questão: os prazos para inscrições estão aí, são necessárias provas de ingresso e muitas são em catalão, ou seja, não! E mais: sem tempo para de concluir um semestre sequer, já que ele começa em setembro. A indicação é procurar outros tipos de curso, atividades de curta duração e "aproveitar a experiência" hehe. Vamos ver.
domingo, 26 de abril de 2009
La Rambla
Ontem fomos até a rua onde iremos morar, é bem perto daqui, o que significa boa localização. Voltamos para casa 20h30min e o céu era de 18h. Nunca tenho noção do horário porque aqui escurece tarde mesmo, dizem que no verão só anoitece às 22h. Que venha o verão, aguardo ansiosamente!
Também foi o dia em que minhas unhas foram para o saco. Legal, não trouxemos base,não posso refazê-las, e não cogito manicure por aqui.
A manhã foi diferente das outras, tempo estranho e um frio que ainda não tinha feito, o que não foi suficiente para nos deixar em casa. Tínhamos um compromisso marcado e saímos antes da chuva, mas ela nos pegou no caminho e molhei meus pezinhos, que alegria!
No entanto, para a surpresa geral, o sol abriu com calor total (desde que longe da sombra!)
Domingo em Barcelona. Como se não bastasse as lojas ficarem fechadas em longo período da tarde, já que a siesta é sagrada...

(14h e a mocinha indo dar uma dormijinha)
...hoje é o dia em que elas sequer abrem. E a cidade está cheia de turistas - o que não é extraordinário porque gente com câmeras, mapas e idiomas diversos estão por aí, em todo o ponto da cidade MESMO, todos os dias. No entanto, é de se esperar que aos domingos essa multidão se multiplique bastante.
Ainda que as lojas e supermercados(!!!!) estivessem fechados, deu para cansar com tanta caminhada.
Casa Milà, mais conhecida por La Pedrera


E a Casa Batlló

E a aduana de Barcelona,

antes de chegarmos até Colombo apontando para o mar, que é "o ponto de união entre o sul de las Ramblas e o Paseo de Colón (ou passeio de Colombo), em frente ao porto de Barcelona" (copiei do Wikipédia hihi)

Com frio no Mediterrâneo (vida chata)
Pessoal relaxando no Mediterrâneo
E como eu não estava a fim de ir para casa e ainda não enjooei, fui dar mais um rolé pelo Parque Güell iriiii
hehe


Também foi o dia em que minhas unhas foram para o saco. Legal, não trouxemos base,não posso refazê-las, e não cogito manicure por aqui.
A manhã foi diferente das outras, tempo estranho e um frio que ainda não tinha feito, o que não foi suficiente para nos deixar em casa. Tínhamos um compromisso marcado e saímos antes da chuva, mas ela nos pegou no caminho e molhei meus pezinhos, que alegria!
No entanto, para a surpresa geral, o sol abriu com calor total (desde que longe da sombra!)
Domingo em Barcelona. Como se não bastasse as lojas ficarem fechadas em longo período da tarde, já que a siesta é sagrada...
(14h e a mocinha indo dar uma dormijinha)
...hoje é o dia em que elas sequer abrem. E a cidade está cheia de turistas - o que não é extraordinário porque gente com câmeras, mapas e idiomas diversos estão por aí, em todo o ponto da cidade MESMO, todos os dias. No entanto, é de se esperar que aos domingos essa multidão se multiplique bastante.
Ainda que as lojas e supermercados(!!!!) estivessem fechados, deu para cansar com tanta caminhada.
Casa Milà, mais conhecida por La Pedrera
E a Casa Batlló
E a aduana de Barcelona,
antes de chegarmos até Colombo apontando para o mar, que é "o ponto de união entre o sul de las Ramblas e o Paseo de Colón (ou passeio de Colombo), em frente ao porto de Barcelona" (copiei do Wikipédia hihi)
E como eu não estava a fim de ir para casa e ainda não enjooei, fui dar mais um rolé pelo Parque Güell iriiii
sábado, 25 de abril de 2009
Barrio de Gràcia
Mãe Jane começa a se adaptar com essa história de siesta, o que me deixa parada em casa por só termos uma chave, não podemos ter desencontros.. Como sou JOVEM hahaha, tenho muita disposição, mas olhando pela janela, esse vento me dá medo de sair, ta esfriando!
Hoje percebi o quanto os pais catalães são participativos! Achei um amor!









O passeio da manhã foi principalmente pela Carrer de Verdí (carrer = calle em catalão - to sabendo, hein?) e arredores, que acho que posso ir todo dia e sempre terei mais para ver (e querer comprar!)
As lojas são lindas e os preços nem se fala! Em comparação ao Brasil (não quero parecer exibida, que fique claro), só o que é mais caro, até agora, é carne, o que ainda não começou a fazer falta... quem sabe não rola até um emagrecimento? Comida está na média, refrigerante têm sido substituído por suco (ao que espero retribuição das celulites e que me abandonem, de preferência) e enfim, vou querer muitas malas para encher de objetos de decoração e roupas novas para a volta!
¡Ojalá que yo fuera rica! hihi
Já estou sócia de uma biblioteca muuucho legal, no Bairro de Gracia, o que mais gostei até agora, e bem pertinho. Só passei e fiz meu cadastro, ainda não retirei nada. Estou muito chique hehe


Hoje foi o dia escolhido para uma intervenção artística no bairro, descobrimos por acaso os pintores e etc, e só depois o que era realmente.






Quanto às pessoas, minha impressão já se normalizou. Há quem se vista muito bem, existem os normais, os sem noção, os personagens almodovarianos, e assim vai...
Tenho visto óculos super TRANSADOS (já diria minha mãe hahahahha), pero para vender, que difícil! Eles são bem baratos, de forma geral, mas ainda não encontrei nenhum que satisfaça minha extrema vontade de aposentar os meus zebrentos.
Ok, vou ali dar uma congelada na rua, hasta.
Hoje percebi o quanto os pais catalães são participativos! Achei um amor!

O passeio da manhã foi principalmente pela Carrer de Verdí (carrer = calle em catalão - to sabendo, hein?) e arredores, que acho que posso ir todo dia e sempre terei mais para ver (e querer comprar!)
As lojas são lindas e os preços nem se fala! Em comparação ao Brasil (não quero parecer exibida, que fique claro), só o que é mais caro, até agora, é carne, o que ainda não começou a fazer falta... quem sabe não rola até um emagrecimento? Comida está na média, refrigerante têm sido substituído por suco (ao que espero retribuição das celulites e que me abandonem, de preferência) e enfim, vou querer muitas malas para encher de objetos de decoração e roupas novas para a volta!
¡Ojalá que yo fuera rica! hihi
Já estou sócia de uma biblioteca muuucho legal, no Bairro de Gracia, o que mais gostei até agora, e bem pertinho. Só passei e fiz meu cadastro, ainda não retirei nada. Estou muito chique hehe
Hoje foi o dia escolhido para uma intervenção artística no bairro, descobrimos por acaso os pintores e etc, e só depois o que era realmente.
Quanto às pessoas, minha impressão já se normalizou. Há quem se vista muito bem, existem os normais, os sem noção, os personagens almodovarianos, e assim vai...
Tenho visto óculos super TRANSADOS (já diria minha mãe hahahahha), pero para vender, que difícil! Eles são bem baratos, de forma geral, mas ainda não encontrei nenhum que satisfaça minha extrema vontade de aposentar os meus zebrentos.
Ok, vou ali dar uma congelada na rua, hasta.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Pesquisa concluída
Ignorância pegando: descobri que Sant Jordí é São Jorge, um pouco óbvio, mas não tinha me dado conta. Pelo que li, dia 23 de abril é Dia Internacional do Livro (também não sabia) e teve origem aqui na Catalunha.
A data começou a ser celebrada em 7 de outubro de 1926, em comemoração ao nascimento de Miguel de Cervantes. Em 1930, a data foi alterada para 23 de abril, dia do falecimento dele.
Em 1996, a UNESCO instituiu 23 de abril como o Dia Internacional do Livro e dos direitos dos autores, já que marca a morte de outros escritores, como Josep Pla, escritor catalão, e William Shakespeare.
Minha conclusão é de que não há nada mais coerente do que presentear alguém com livros no Dia Internacional deles, e a rosa se justifica pela lenda que envolve São Jorge, que teria matado o dragão que atemorizava o povo, e do sangue do dragão nasceu uma rosa que o santo deu de presente à sua princesa.
Enfim, são usados significados diferentes da data: cultura aos homens e romantismo às mulheres. Não acho uma boa divisão, o mais justo seria os dois para ambos.
Não cheguei a tirar fotos, mas...


Algumas contradições com o que eu disse, tem alguns detalhes diferentes, no entanto, é mais uma fonte http://www.catalonia.com.br/catalunha_cultura5.asp
ps: achei meio bizarro que, com todo o independentismo que a Catalunha busca, seu animal símbolo seja o burro, enquanto o da Espanha é o touro. Deve existir uma explicação, mas né.
A data começou a ser celebrada em 7 de outubro de 1926, em comemoração ao nascimento de Miguel de Cervantes. Em 1930, a data foi alterada para 23 de abril, dia do falecimento dele.
Em 1996, a UNESCO instituiu 23 de abril como o Dia Internacional do Livro e dos direitos dos autores, já que marca a morte de outros escritores, como Josep Pla, escritor catalão, e William Shakespeare.
Minha conclusão é de que não há nada mais coerente do que presentear alguém com livros no Dia Internacional deles, e a rosa se justifica pela lenda que envolve São Jorge, que teria matado o dragão que atemorizava o povo, e do sangue do dragão nasceu uma rosa que o santo deu de presente à sua princesa.
Enfim, são usados significados diferentes da data: cultura aos homens e romantismo às mulheres. Não acho uma boa divisão, o mais justo seria os dois para ambos.
Não cheguei a tirar fotos, mas...


Algumas contradições com o que eu disse, tem alguns detalhes diferentes, no entanto, é mais uma fonte http://www.catalonia.com.br/catalunha_cultura5.asp
ps: achei meio bizarro que, com todo o independentismo que a Catalunha busca, seu animal símbolo seja o burro, enquanto o da Espanha é o touro. Deve existir uma explicação, mas né.
Dia de Sant Jordí
Andei no metrô superficial que eu queria, se chama "tramvia". Rápido, confortável, e para mim, bem deslumbrada, super inovador!

Conhecemos Sant Just e achei tudo lindinho, limpinho e arrumadinho, uma graça. Segundo a Bianca, aos domingos se torna um tédio pela falta do que fazer.
Fomos na aula de espanhol, que foi divertida e bem didática, eu diria. Não sei se todos os colegas são fixos, mas hoje tinha mais uma brasileira, uma alemã, um italiano e um marroquino, se são mais, faltaram.
Dia 23 de abril é dia de Sant Jordí, padroeiro da Catalunha. Isso faz com que muitas bandeirinhas daqui sejam espalhadas, além de um costume aderido por praticamente toda a cidade: homens dão rosas para as mulheres e mulheres dão livros para os homens. Isso sim é que é sexismo, mas a história das flores é um amor e move a cidade mesmo! Muitos homens nos metrôs levando rosas e muitas coleções delas nas mãos das mulheres. Tipo Sévigné no dia dos namorados, dá para perceber que, para alguns, a quantidade de flores é exibida como troféu, como se desse status. Que nenhum catalão veja isso, a professora de espanhol ficou super ofendida quando alguém disse que essa data era mais comercial e etc, sem tanto significado, no entanto não soube explicar a tal lenda que justifica essa distinção nos presentes, vou ter que procurar no google. Ela disse que é uma data muito especial para os catalães, muito emotiva, bonita e bla bla bla. Várias feiras de livros também são montadas nas esquinas, e parece que 8% da venda anual de livros acontece nesse dia. Data nada comercial, realmente.
Quase me dei uma rosa de presente para me sentir querida hahaha, mas não dá, 4 euros, O QUE?? ah, não..
Começaram algumas promoções de inverno, já que está esquentando, e eu dei uma aproveitadinha. Rolou um constrangimento em uma loja que a caixa cabeção esqueceu de tirar o apito e o segurança veio conferir, pediu a nota, essas coisas. Minha mãe não curtiu, obviamente. Não que eu tenha gostado, mas não me abalei. Improviso no espanhol, aeee.
Falando em esquentar, mais uma comparação com o Sévigné: até agora, minha melhor definição para a temperatura foi igualar às galerias do pátio no inverno. Na sombra, o frio é do peru. Migramos para o sol e temos que começar a nos pelar para não derreter. Aqui está exatamente assim. Não tenho acertado muito nas decisões do vestuário, acabo passando o dia carregando quilos de roupas.

Conhecemos Sant Just e achei tudo lindinho, limpinho e arrumadinho, uma graça. Segundo a Bianca, aos domingos se torna um tédio pela falta do que fazer.
Fomos na aula de espanhol, que foi divertida e bem didática, eu diria. Não sei se todos os colegas são fixos, mas hoje tinha mais uma brasileira, uma alemã, um italiano e um marroquino, se são mais, faltaram.
Dia 23 de abril é dia de Sant Jordí, padroeiro da Catalunha. Isso faz com que muitas bandeirinhas daqui sejam espalhadas, além de um costume aderido por praticamente toda a cidade: homens dão rosas para as mulheres e mulheres dão livros para os homens. Isso sim é que é sexismo, mas a história das flores é um amor e move a cidade mesmo! Muitos homens nos metrôs levando rosas e muitas coleções delas nas mãos das mulheres. Tipo Sévigné no dia dos namorados, dá para perceber que, para alguns, a quantidade de flores é exibida como troféu, como se desse status. Que nenhum catalão veja isso, a professora de espanhol ficou super ofendida quando alguém disse que essa data era mais comercial e etc, sem tanto significado, no entanto não soube explicar a tal lenda que justifica essa distinção nos presentes, vou ter que procurar no google. Ela disse que é uma data muito especial para os catalães, muito emotiva, bonita e bla bla bla. Várias feiras de livros também são montadas nas esquinas, e parece que 8% da venda anual de livros acontece nesse dia. Data nada comercial, realmente.
Quase me dei uma rosa de presente para me sentir querida hahaha, mas não dá, 4 euros, O QUE?? ah, não..
Começaram algumas promoções de inverno, já que está esquentando, e eu dei uma aproveitadinha. Rolou um constrangimento em uma loja que a caixa cabeção esqueceu de tirar o apito e o segurança veio conferir, pediu a nota, essas coisas. Minha mãe não curtiu, obviamente. Não que eu tenha gostado, mas não me abalei. Improviso no espanhol, aeee.
Falando em esquentar, mais uma comparação com o Sévigné: até agora, minha melhor definição para a temperatura foi igualar às galerias do pátio no inverno. Na sombra, o frio é do peru. Migramos para o sol e temos que começar a nos pelar para não derreter. Aqui está exatamente assim. Não tenho acertado muito nas decisões do vestuário, acabo passando o dia carregando quilos de roupas.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Reconhecimento de área
Perspectivas bem melhores. Comecei a me animar mais com a cidade e com essa questão de sair andando, olhando mapas, enfim, legal, mas super turista ainda.
O Parque Güell é demais(!), ainda mais por já ter visto tanto em fotos, filmes e etc, me sinto dentro destes cenários. Tive pressa em olhar todos os cantos, mas como realmente estamos a duas quadras, não há motivo para isso, todo dia é dia.



Estou querendo ir logo para o que será o "nosso" apartamento.
Comecei a reparar nas pessoas. Minha inveja das roupas femininas é meio grande, mas branca. As maquiagens são bonitas, e para o padrão de Porto Alegre, pelo menos, seriam mais usadas à noite, o que também não quer dizer que haja muito exagero.
Assinamos o contrato com o dono do apartamento, a mudança será dia 1º, se tudo der certo, dia 30.
Quando chega a noite é sempre mais difícil porque não tenho tantas distrações, e a distância e essa sensação que ainda não consegui definir exatamente começam a me incomodar de novo. O meu nível de exaustão precisa ser mais alto para que eu caia na cama e durma, sem ter tempo de pensar.
Ainda não fomos para Sant Just Desvern, a cidade em que a Bianca está morando por enquanto, que alguns consideram um bairro de Barcelona. Acredito que será fácil porque os transportes têm parecido muito bons, e os que peguei até agora confirmaram isso. Quero experimentar um que achei extremamente prático, uma espécie de metrô, porém superficial. Existe um corredor especial, como se fossem os de ônibus, com uns trilhos para que eles passem, no mesmo nível do asfalto, como os de bonde mesmo.
Aqui perto tem um local que eu chamaria de praça - apesar de não achar muito parecido - no meio da rua, sem um recuo ou espaço mais delimitado, como de costume. Gostei muito, tem um tipo de palco e arquibancadas, ainda não sei se é normal acontecer algo ali, mas é bem agradável, dei uma descansadinha. Alguns ficam lendo por ali, outros só sentam (o que essas pessoas fazem no meio da tarde? talvez o mesmo que eu, sei lá...), e - para tocar meu coraçãozinho(!) - avós brincam com neta mais fofa dos últimos tempos. Mais uma que quase raptei, depois de ter babado litros assistindo um passeio de uma creche pela manhã no Parque Güell. Aliás, a impressão é de que por aqui as professoras de Ed. Infantil são tipo avós, sem tanto a 'tradição' de serem bem jovens, como me parece por Porto Alegre.

Foi neste solzinho da praça que fiquei extremamente leve, minha cabeça foi longe, talvez pudesse roubar a definição da Bruna de "momento romântico" e aplicar ao que acredito ter tido.
Quero todas as roupas de uma loja aqui da esquina, mas os preços não cabem no meu bolso, muitíssimo infelizmente. Como esta rua é no caminho do Parque, sempre escuto uma infinidade de idiomas passando por aqui. Também é considerável a quantidade de lojinhas turísticas, para uma rua não tão extensa.
Minha mãe não perde a mania de carioca de ter medo de tudo, voltamos tarde sem viva-alma na rua (hora da janta e jogo do Barcelona fizeram todos ficarem em casa), o que me fez ter quase que correr para acompanhar tanta pressa em chegar logo no prédio. Eu tenho meus medinhos e nunca acho demais olhar para os lados, mas ela me bate disparado nesse quesito. Aqui essas minhas neuroses não se manifestaram, a tranquilidade parece ser grande. Pelo que ouvimos, existem uns truques bobos para roubos (que não cairemos hehe), mas nunca com violência, então, ok.
Quero mandar e-mails, e embora minhas entradas na internet tenham sido frequentes, são sempre rápidas, até porque disputo computador com mamãe.
O Parque Güell é demais(!), ainda mais por já ter visto tanto em fotos, filmes e etc, me sinto dentro destes cenários. Tive pressa em olhar todos os cantos, mas como realmente estamos a duas quadras, não há motivo para isso, todo dia é dia.
Estou querendo ir logo para o que será o "nosso" apartamento.
Comecei a reparar nas pessoas. Minha inveja das roupas femininas é meio grande, mas branca. As maquiagens são bonitas, e para o padrão de Porto Alegre, pelo menos, seriam mais usadas à noite, o que também não quer dizer que haja muito exagero.
Assinamos o contrato com o dono do apartamento, a mudança será dia 1º, se tudo der certo, dia 30.
Quando chega a noite é sempre mais difícil porque não tenho tantas distrações, e a distância e essa sensação que ainda não consegui definir exatamente começam a me incomodar de novo. O meu nível de exaustão precisa ser mais alto para que eu caia na cama e durma, sem ter tempo de pensar.
Ainda não fomos para Sant Just Desvern, a cidade em que a Bianca está morando por enquanto, que alguns consideram um bairro de Barcelona. Acredito que será fácil porque os transportes têm parecido muito bons, e os que peguei até agora confirmaram isso. Quero experimentar um que achei extremamente prático, uma espécie de metrô, porém superficial. Existe um corredor especial, como se fossem os de ônibus, com uns trilhos para que eles passem, no mesmo nível do asfalto, como os de bonde mesmo.
Aqui perto tem um local que eu chamaria de praça - apesar de não achar muito parecido - no meio da rua, sem um recuo ou espaço mais delimitado, como de costume. Gostei muito, tem um tipo de palco e arquibancadas, ainda não sei se é normal acontecer algo ali, mas é bem agradável, dei uma descansadinha. Alguns ficam lendo por ali, outros só sentam (o que essas pessoas fazem no meio da tarde? talvez o mesmo que eu, sei lá...), e - para tocar meu coraçãozinho(!) - avós brincam com neta mais fofa dos últimos tempos. Mais uma que quase raptei, depois de ter babado litros assistindo um passeio de uma creche pela manhã no Parque Güell. Aliás, a impressão é de que por aqui as professoras de Ed. Infantil são tipo avós, sem tanto a 'tradição' de serem bem jovens, como me parece por Porto Alegre.
Foi neste solzinho da praça que fiquei extremamente leve, minha cabeça foi longe, talvez pudesse roubar a definição da Bruna de "momento romântico" e aplicar ao que acredito ter tido.
Quero todas as roupas de uma loja aqui da esquina, mas os preços não cabem no meu bolso, muitíssimo infelizmente. Como esta rua é no caminho do Parque, sempre escuto uma infinidade de idiomas passando por aqui. Também é considerável a quantidade de lojinhas turísticas, para uma rua não tão extensa.
Minha mãe não perde a mania de carioca de ter medo de tudo, voltamos tarde sem viva-alma na rua (hora da janta e jogo do Barcelona fizeram todos ficarem em casa), o que me fez ter quase que correr para acompanhar tanta pressa em chegar logo no prédio. Eu tenho meus medinhos e nunca acho demais olhar para os lados, mas ela me bate disparado nesse quesito. Aqui essas minhas neuroses não se manifestaram, a tranquilidade parece ser grande. Pelo que ouvimos, existem uns truques bobos para roubos (que não cairemos hehe), mas nunca com violência, então, ok.
Quero mandar e-mails, e embora minhas entradas na internet tenham sido frequentes, são sempre rápidas, até porque disputo computador com mamãe.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Cheguei
A sugestão de "cariúcha em Barcelona" não foi aceita, afinal sou só gaúcha. Como sou muito engraçadinha, é esse o meu título.
Dormi umas 15h seguidas. Acho que vai ser suficiente para me adaptar ao fuso, já que não tinha dormido nada nos vôos. Já fui questionada mais de uma vez se estou bem, ao que sempre respondo que sim, mas acho que mais do que o meu estado, esse é o meu desejo. Acho que hoje é que vai dar para ter uma noção melhor da cidade, ontem só fomos ao super, coisas assim. Não quero nem pretendo desfazer as malas por saber que só ficaremos aqui por uma semana. Quando nossa mudança for para o endereço definitivo, me organizo.
Fico me perguntando pq não abracei as pessoas de forma a deixar passar mais o que eu estava sentindo, demonstrando todo o meu carinho, dizendo as duas ou três frases que eu tinha para cada um, no mínimo, chorando tudo o que eu tenho chorado do avião até agora. Imagino que meu sentimento atual, pelo menos quanto à despedida no aeroporto, é de ter deixado passar sem o aproveitamento máximo do momento. Tenho vontade de escrever para todos as coisas que eu não disse, mas me dá preguiça porque me parece inútil só dizer agora que estou longe.
Ainda tenho a sensação de uma viagem de férias, em que olho para os lados com curiosidade e atenção, com certa pressa para conhecer tudo. Acabo me dando conta de que terei tempo para fazer o que quero com calma, e é aí que tento enxergar as coisas como o que em breve será familiar, tentando reconhecer que estarei aqui por data um pouco maior, aceitando a cidade como o lugar onde vou morar, ainda que temporariamente.
Vi muito pouco, mas segundo a própria dona do apartamento onde estamos, "Barcelona é como uma grande montanha". Pelo que me parece, estamos numa parte alta dela, do ladinho do Parque Güell, enxergo das janelas.

As ruas vão descendo transversalmente à nossa, e paralelamente tem outras mais planas, parece uma organização em grandes degraus, não sei. É pouco específico, mas com o que conheço não tem como confirmar essa impressão.
A comunicação com as pessoas é em castelhano, embora entre eles seja em catalão, que aos meus ouvidos amadores é só francês. Ulisses e Palma, onde estão vocês? Socorro.
Nossa viagem foi Poa-Rio-Lisboa-Barcelona, sendo no Rio o momento mais cansativo, mofamos muitas horas lá dentro, tudo mal sinalizado e distante. Foi aí também que uma mulher me pediu para tirar uma foto dela com a Baby do Brasil, que maravilha.
Nunca tinha viajado nesses aviões maiores e fiquei parecendo criança com aquela tvzinha interativa.
Só passamos pela imigração em Lisboa, aqui não foi necessário (os portugueses, aliás, não colaboraram para a estética do meu passaporte, colocaram um carimbo ridículo e apagado sem nenhuma simetria na página, não gostei).
A Bianca nos esperou no aeroporto, pegamos um trem e depois um táxi, tudo isso com sufoco devido a quantidade de malas.
Comecei a pressentir tédio: muito do comércio fecha entre 15h e 17h, mais ou menos, e alguns locais abrem tarde, tipo 9h, 10h.
ps: não conseguir justificar o texto me dá tremenda agonia estética
Dormi umas 15h seguidas. Acho que vai ser suficiente para me adaptar ao fuso, já que não tinha dormido nada nos vôos. Já fui questionada mais de uma vez se estou bem, ao que sempre respondo que sim, mas acho que mais do que o meu estado, esse é o meu desejo. Acho que hoje é que vai dar para ter uma noção melhor da cidade, ontem só fomos ao super, coisas assim. Não quero nem pretendo desfazer as malas por saber que só ficaremos aqui por uma semana. Quando nossa mudança for para o endereço definitivo, me organizo.
Fico me perguntando pq não abracei as pessoas de forma a deixar passar mais o que eu estava sentindo, demonstrando todo o meu carinho, dizendo as duas ou três frases que eu tinha para cada um, no mínimo, chorando tudo o que eu tenho chorado do avião até agora. Imagino que meu sentimento atual, pelo menos quanto à despedida no aeroporto, é de ter deixado passar sem o aproveitamento máximo do momento. Tenho vontade de escrever para todos as coisas que eu não disse, mas me dá preguiça porque me parece inútil só dizer agora que estou longe.
Ainda tenho a sensação de uma viagem de férias, em que olho para os lados com curiosidade e atenção, com certa pressa para conhecer tudo. Acabo me dando conta de que terei tempo para fazer o que quero com calma, e é aí que tento enxergar as coisas como o que em breve será familiar, tentando reconhecer que estarei aqui por data um pouco maior, aceitando a cidade como o lugar onde vou morar, ainda que temporariamente.
Vi muito pouco, mas segundo a própria dona do apartamento onde estamos, "Barcelona é como uma grande montanha". Pelo que me parece, estamos numa parte alta dela, do ladinho do Parque Güell, enxergo das janelas.
As ruas vão descendo transversalmente à nossa, e paralelamente tem outras mais planas, parece uma organização em grandes degraus, não sei. É pouco específico, mas com o que conheço não tem como confirmar essa impressão.
A comunicação com as pessoas é em castelhano, embora entre eles seja em catalão, que aos meus ouvidos amadores é só francês. Ulisses e Palma, onde estão vocês? Socorro.
Nossa viagem foi Poa-Rio-Lisboa-Barcelona, sendo no Rio o momento mais cansativo, mofamos muitas horas lá dentro, tudo mal sinalizado e distante. Foi aí também que uma mulher me pediu para tirar uma foto dela com a Baby do Brasil, que maravilha.
Nunca tinha viajado nesses aviões maiores e fiquei parecendo criança com aquela tvzinha interativa.
Só passamos pela imigração em Lisboa, aqui não foi necessário (os portugueses, aliás, não colaboraram para a estética do meu passaporte, colocaram um carimbo ridículo e apagado sem nenhuma simetria na página, não gostei).
A Bianca nos esperou no aeroporto, pegamos um trem e depois um táxi, tudo isso com sufoco devido a quantidade de malas.
Comecei a pressentir tédio: muito do comércio fecha entre 15h e 17h, mais ou menos, e alguns locais abrem tarde, tipo 9h, 10h.
ps: não conseguir justificar o texto me dá tremenda agonia estética
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