quinta-feira, 30 de abril de 2009

Observações

1. O jamón
Embora o gosto seja normal, o presunto daqui tem um cheiro que me lembra atum, o que não é lá muito agradável.

2. As conversas entre brasileiros
Falando entre si, misturam expressões em castelhano, chega a ser engraçado. Mesmo os que não estão aqui há tanto tempo já pegaram a mania do "pero, ¡vale!". É usado com ar de conformidade, eu compararia ah um "bla bla bla, mas né", sempre jogando os olhos para algum lado e levantando as sobrancelhas, mas o movimento é extremamente rápido. Ligeiríssimo também é o "pfff", meio que bufado quando se quer indefinir algo ou falar de uma complicação, sei lá, ainda não consigo definir sua utilização - mas é fundamental que haja uma participação dos olhos.

3. Outra noção de tempo
Quando alguém diz "amanhã tenho que estar cedinho na universidade", jamais devemos pensar em 6h/7h. Cedo aqui é 9h, e 15min depois de um horário combinado, nem sempre é considerado atraso.

4. Os pais
A cada dia aumento minha coleção de fotos de pais dedicados por aqui, eles estão por toda parte, fico bem bobinha assistindo a certas cenas.

5. Meu maravilhoso olfato
Tenho sentido o perfume de muita gente e penso "Fulano!... Fulana!", e controlo meu impulso de olhar pros lados para conferir se realmente não é alguém conhecido que passou por perto.

6. A autonomia dos vendedores
É extremamente comum encontrar as lojas fechadas com plaquinhas nas portas "Volto já", "Retorno em 5min", inclusive nos shoppings, em lugares de tamanho que exigiriam mais de uma pessoa para atender. Ou as fugidinhas são coletivas ou de fato não há mais ninguém além do que foi ao banheiro, do que foi comer... Alguém me disse ter lido uma placa "Saída para descanso pessoal" hahaha. (Sobre a siesta eu nem teço comentários)

7. As esquinas e uma série de eficiências
Muitas esquinas são rebaixadas, não havendo diferença de nível com o asfalto. Fora o medo dos ônibus passarem por cima da gente, tudo se torna mais fácil: a locomoção de deficientes, de carrinhos de bebê, a passagem de bicicletas, de carrinhos de compras, de malas, enfim. Itens esses que geram mais tópicos:
- 7.1. Deficientes físicos: o acesso também é facilitado nos tramvia. Não existem rampas, no entanto as paradas são da mesma altura da porta e o trajeto sempre mantém distância mínima delas, já que os trilhos estão posicionados de forma a permitir que isso aconteça.
- 7.2. Carrinhos de bebê: quando eu tiver um filho, quero carrinhos como esses. Um zíper praticamente fecha a criança numa espécie de acolchoado/saco de dormir de soft, a vontade de apertar os bebês aumenta. Também não me incomodaria de ser transportada assim, conforto ao máximo.
- 7.3. Bicicletas: o bicing é aquele esquema de pegar uma bicicleta e poder circular com ela durante meia hora. Aí é só estacionar em algum ponto destinado a isso e pegar outra. O pagamento é anual, só se cobra a mais se o tempo de 30min for excedido. Para quem gosta, as ciclovias estão perfeitinhas e chamando!
- 7.4. Carrinhos de compras: de costas, parece que as pessoas estão empurrando carrinhos de criança, a estrutura é parecida. Os modelos, apesar de seguirem um certo padrão, são bem variados, com diferentes formas de fechamento e funções mais incrementadas, como os compartimentos térmicos. Todo mundo tem os carrinhos e leva para cima e para baixo, até porque as embalagens dos produtos são imensas e pesadas, as quantidades dos produtos de limpeza, por exemplo, são absurdas! Nada feito para pessoas solteiras ou que moram sozinhas.
- 7.5. Malas e o transporte público: ir para o aeroporto de trem/ônibus/tramvia/metrô estando carregado de malas não vira indiada. Não sei como sobrevivem os taxistas, mas seus serviços não me parecem muito necessários, o transporte funciona muito bem e as passagens são todas integradas. O tipo de bilhete é o mesmo em qualquer meio de locomoção e pode-se usar a mesma passagem em trajetos de até 1h15min. Dá para comprar o T-10, ou seja, um ticket com 10 passagens, que vai mostrando quantas ainda estão disponíveis a cada vez que é validado, ao entrar no veículo. Atenção aos espertinhos: quem tentar burlar o esquema e não tiver bilhete, se for pego por algum fiscal (ainda não vi nenhum), deve pagar a pequena quantia de 40 euros. Eu não me arrisco, até porque sou honesta hehe

Bom, são detalhes, mas eu ainda estou deslumbrada.