quarta-feira, 22 de abril de 2009

Cheguei

A sugestão de "cariúcha em Barcelona" não foi aceita, afinal sou só gaúcha. Como sou muito engraçadinha, é esse o meu título.

Dormi umas 15h seguidas. Acho que vai ser suficiente para me adaptar ao fuso, já que não tinha dormido nada nos vôos. Já fui questionada mais de uma vez se estou bem, ao que sempre respondo que sim, mas acho que mais do que o meu estado, esse é o meu desejo. Acho que hoje é que vai dar para ter uma noção melhor da cidade, ontem só fomos ao super, coisas assim. Não quero nem pretendo desfazer as malas por saber que só ficaremos aqui por uma semana. Quando nossa mudança for para o endereço definitivo, me organizo.
Fico me perguntando pq não abracei as pessoas de forma a deixar passar mais o que eu estava sentindo, demonstrando todo o meu carinho, dizendo as duas ou três frases que eu tinha para cada um, no mínimo, chorando tudo o que eu tenho chorado do avião até agora. Imagino que meu sentimento atual, pelo menos quanto à despedida no aeroporto, é de ter deixado passar sem o aproveitamento máximo do momento. Tenho vontade de escrever para todos as coisas que eu não disse, mas me dá preguiça porque me parece inútil só dizer agora que estou longe.
Ainda tenho a sensação de uma viagem de férias, em que olho para os lados com curiosidade e atenção, com certa pressa para conhecer tudo. Acabo me dando conta de que terei tempo para fazer o que quero com calma, e é aí que tento enxergar as coisas como o que em breve será familiar, tentando reconhecer que estarei aqui por data um pouco maior, aceitando a cidade como o lugar onde vou morar, ainda que temporariamente.
Vi muito pouco, mas segundo a própria dona do apartamento onde estamos, "Barcelona é como uma grande montanha". Pelo que me parece, estamos numa parte alta dela, do ladinho do Parque Güell, enxergo das janelas.

As ruas vão descendo transversalmente à nossa, e paralelamente tem outras mais planas, parece uma organização em grandes degraus, não sei. É pouco específico, mas com o que conheço não tem como confirmar essa impressão.
A comunicação com as pessoas é em castelhano, embora entre eles seja em catalão, que aos meus ouvidos amadores é só francês. Ulisses e Palma, onde estão vocês? Socorro.
Nossa viagem foi Poa-Rio-Lisboa-Barcelona, sendo no Rio o momento mais cansativo, mofamos muitas horas lá dentro, tudo mal sinalizado e distante. Foi aí também que uma mulher me pediu para tirar uma foto dela com a Baby do Brasil, que maravilha.
Nunca tinha viajado nesses aviões maiores e fiquei parecendo criança com aquela tvzinha interativa.
Só passamos pela imigração em Lisboa, aqui não foi necessário (os portugueses, aliás, não colaboraram para a estética do meu passaporte, colocaram um carimbo ridículo e apagado sem nenhuma simetria na página, não gostei).
A Bianca nos esperou no aeroporto, pegamos um trem e depois um táxi, tudo isso com sufoco devido a quantidade de malas.
Comecei a pressentir tédio: muito do comércio fecha entre 15h e 17h, mais ou menos, e alguns locais abrem tarde, tipo 9h, 10h.

ps: não conseguir justificar o texto me dá tremenda agonia estética