terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Türkiye - cidade subterrânea e Vale de Ilhara

A saída foi em direção a uma cidade subterrânea (são algumas: Özkonak, Seratli, entre outras, e eu, sinceramente, não sei exatamente em qual nós fomos).

A região parece não ter nenhum movimento além dos ônibus de turistas, como o nosso. Mesmo assim, eles não devem ser muito frequentes. Havia algumas poucas bancas de senhoras vendendo essas bonequinhas, tão comuns na Turquia, e elas praticamente nos atacaram tentando vendê-las.
"Uon iuro, madam! Uon iuro, uon iuro"


As cavernas serviam de moradia para trogloditas, e têm diferentes níveis de profundidade, podendo chegar a 45m. Existem algumas teorias sobre as possíveis datas de origem, e uma delas é baseada na temperatura ambiente, que sempre gira em torno dos 13°C, independente da temperatura que faça na superfície, o que poderia fazer com que servissem de refúgio, durante alguma era glacial.

Na que visitamos havia 123 casas. Marcas nas pedras mostram erupção vulcânica de 10 mil anos a.C. Minha mãe tentou me explicar informações sobre um rio que se formou 1 milhão de anos depois, que fez com que a lava de uma outra erupção se resfriasse, criando uma diferença de cores nas paredes da caverna, cada uma datada de uma época. Desenhou e tudo, mas continuei sem entender. Se alguém quiser detalhes... é com ela!


Nas cidades subterrâneas podem ser encontradas cisternas para armazenagem de azeite de oliva, cozinhas com sistema de dispersar fumaça de forma que não fosse notada na superfície - para quando a região estivesse sendo atacada - , poços de água, templos de culto, e um sistema de ventilação para que o ar entrasse e percorresse todos o níveis, até aos mais inferiores.


Tudo isso foi escavado em rocha vulcânica. A arquitetura é rudimentar, ainda que tenham sido planejados alguns sistemas mais "complexos" para bloquear a entrada de intrusos, como portas em forma de roda, esculpidas em rochas mais consistentes. Outra suposição que se faz a partir disso é que, provavelmente, essas cidades tenham sido construídas como locais de defesa.



De volta à superfície, reparei numa cena de amigas que se cumprimentaram e em segundos sumiram. Até fiquei confusa com o desaparecimento, foi tudo muito rápido.

 

Continuamos até Ihlara. Visitamos o Vale de lá, passando por algumas das igrejas rupestres. Na antiguidade,  era chamado de Vale de Peristrema. A linda paisagem e o local foram escolhidos pelos monges bizantinos para a meditação, em um monastéro que fica no topo de uma montanha. Silêncio absoluto e nada em volta além de vistas que só transmitem tranquilidade.
Passamos também por Belisirma, contornando  o Rio Melendiz e, em seguida, fomos num canyon incrível. Bianca e eu descemos por toda a trilha até o outro lado de um rio que passava por ali, mamãe não se animou, hehe. Até que fomos rápidas, mas na volta levei um bom tempo para recuperar a respiração normal - eram muitos degraus!
Resumi o que nossos olhos viram em um vídeo - mais curto que o do balão, juro! - porque essa viagem rendeu muito mais de mil fotos, então tenho tido trabalho em carregá-las por aqui.
Eu sei que "O Rei Leão" se passa na África, mas, por algum motivo, esse cenário me fez lembrar a trilha sonora do filme.