terça-feira, 29 de dezembro de 2009

La Molina

Depois de desistir de um outro passeio à montanha que estava previamente agendado - devido a chuva que se instalou em Barcelona nos últimos dias (fraquinha e contínua) - aproveitamos um radiante dia de sol para ir a La Molina, local que fica, de trem, a umas três horas ao norte daqui, incluídas nesse tempo todas as paradas, atrapalhações e baldeações necessárias entre metrô, trem e ônibus (já que um trecho da ferrovia está em obras).


La Molina está nos Pirineus, cordilheira natural que separa a Espanha da França - além de cercar Andorra. Os montes que constituem a região são super procurados no inverno para práticas como o esqui e o snowboard. A estação de esqui de La Molina funciona desde 1911 e foi o primeiro centro do esporte na Espanha.
Estranho é que a neve surge de repente, porque no caminho a paisagem não fez nenhuma menção ao branco.





Não fazia, até que...












Eu já tinha sido prevenida e avisada de que a prática esportiva não era lá muito fácil. Ainda assim, quis tentar. E não uso "arriscar" porque isso eu realmente não fiz!
Não me atrevi a grandes - nem médias - manobras. A bota que fixa nos esquis é pesada e super firme, o que impede movimentações do tornozelo, ou seja, quando o pé vai para o lado, a perna inteira acaba acompanhando.


Com o pouco que fiz já senti momentos de perigo, e com isso quero dizer: medo de quebrar os ossos. Sosseguei meu facho e, confesso, não esquiei quase nada. Aquele troço, nas inclinações, adquire uma velocidade incrível e nessas horas eu pensava: "ok, vou me jogar no chão agora para não me estatelar lá em baixo." Acontece que esse "agora" nunca era imediato, porque eu tinha a ilusão de estudar qual a melhor posição para cair, então só me atirava uns segundos depois da decisão. Jogar-se para trás é sempre melhor: para frente existe o perigo de capotar, de dar de boca na ponta do esqui, de ir e a canela ficar, impedida pela firmeza da bota, como comentei; para o lado, é tornozelo torcido na certa - repito: a bota não acompanha o movimento dos pés (e sequer permite).



Assim até pareço profissional, convenhamos!

Preocupação


Para quem ainda não conhece: minha veia
(não é duplo sentido hahaha, me refiro à minha testa)

Pose linda


Até pensei em me arrepender por não ter desfrutado tanto do aluguel do equipamento, mas desisti. Aproveitei o que deu, o que eu quis, e o que tive coragem. Mesmo com o segundo dia de dor nas pernas pelos quase espacatos, pelos agachamentos, pelas caminhadas com tanto peso nos pés, e nos braços, pelo esforço de me impulsionar e tentar freiar, adorei!!!! Ah, também peguei uma gripe. Ainda assim!







Minha letra é melhor que isso, todos sabem, hehe. A superfície é que não colaborou

Achei que fosse sentir mais frio. A verdade é que passei calor, em alguns momentos. Subir e descer a montanha cansa, e eu acho até que fui agasalhada demais... quatro meias-calças, quatro blusas (ambas em ordem crescente de espessura), casaco, manta de fazer derreter, enfim. Na saída é que complicou, já que o sol tinha dado adeus há um tempinho e ficou impossível ficar sem tremer.
Aí eu já tinha começado.

Então é isso. Divido algumas trapalhadas e me despeço por hoje.
Beijinhos