Chegamos na Tuquia pelo aeroporto de Antalya, mas a volta seria desde o da Capadócia, que tecerei comentários daqui a pouco. Isso quer dizer que não seria necessária mais nenhuma "viagem" para ir embora, era só se encaminhar para lá e tudo ok. Todo mundo acordando cedo para termos tempo de passar em alguns outros lugares antes da despedida.
Primeiro, fomos num local cheio de lojinhas que rondavam uma vista linda - coisa que já estávamos acostumadas a ver no país: o Vale dos Caçadores.
Como já se sabe, o olho turco é conhecido por (supostamente) proteger contra energia negativa e trazer sorte. Em turco, é chamado de Nazar Bancugu. (Bancugu = “conta”, de rosário; Nazar, do árabe, = olhar, visão). A crença é de que, quando existe algum mau olhado, o amuleto absorve a energia e se quebra, protegendo a pessoa da negatividade. Por acreditar-se que o mau olhado é azul, o olho de vidro tem a mesma cor, já que seria o mais eficaz para desviá-lo.
Aí pertinho um turco pediu para tirar uma foto comigo e anotou o email, que era para eu enviar para ele depois. Fui pressionada pelos que me cercavam a aceitar e acabei não conseguindo escapar dessa. Não é que eu queira iludir as pessoas, mas ele que espere sentado, essa foto nunca chegará.
Em uma dessas comunicações com nativos, descobri que dentes separados, para eles, são sinal de sorte.. O cara que disse isso estava falando justamente de mim, então né, apesar de não ter acreditado muito nessa , me dei bem!
Subindo para uma região mais alta (ou pelo menos foi essa a minha impressão), conhecemos o povoado de Uçhisar, que tem como "atração" a sua Fortaleza, lá em cima.
Devo ter comentado que várias pessoas vivem nas rochas... Aí está uma prova de que elas são realmente habitadas.
Eu subi, desci, fui mais uma vez, voltei, e esse velhinho estava sempre aí no solzinho, sem sequer variar muito na posição
Mas descolou uma almofadinha para ter mais conforto...
A saruel surgiu no Marrocos mas, como sabemos, se espalhou pelo mundo. E pelo menos lá pelo Oriente Médio, não há idade certa para vestir essa moda.
Da fortaleza, fomos levadas para uma loja de couro, parte daquela coisa bem turística mesmo. Os preços eram etiquetados em liras turcas e, como o valor de muitos produtos já eram informados em euro, e não na moeda local, as cifras assustavam um pouquinho no início. A conversão é mais ou menos 1€ = 2,18TL, ou seja, para pagar em euro deveríamos divir o número por dois. Enfim, não compramos nada e nem tinha muita coisa chamando atenção - além das bolsas.
Comemos a tradicional pizza turca (pide) - que é ultrafina, comprida, picante, e pode ser "incrementada" com salsa e limão - e já fomos ao aeroporto, e é esse o momento do comentário: caos total. O lugar é minúsculo, mas minísculo mesmo, um único andar, com poquíssimos metros quadrados. Ônibus e mais ônibus de excursões estavam chegando no local na mesma hora que a gente, e uma fila foi se formando logo para entrar, já que o detector de metais e o raio-x ficam na porta, um esquema nada prático e muito atrapalhado. As pessoas mal descem dos transportes e já começam a retirar relógios, cintos, e quaisquer outros objetos metálicos que tragam consigo, jogam as garrafinhas d'água fora (não dá para viajar com certas quantidades de líquidos), vão procurando passaportes e documentos, e deixam transparecer todo o mal humor da situação.
Certas nacionalidades devem pagar taxas de visto na Turquia, que é de 15 euros. A nossa não está nessa listinha, o que significa dois carimbos - de Antalya, na entrada, e de Kapadokya, na saída - de graça.
Todo mundo perdendo a compostura e se acomodando pelo chão mesmo, já que as cadeiras não eram suficientes nem para a décima parte das pessoas que estavam ali.
Como estávamos saindo de uma região mais central da Turquia, tivemos uma hora a mais de vôo do que na ida. Fomos pegas por um sustinho nada leve: queda(?) de altitude brusca, turbulência e chuva. O céu já estava escuro (como eu escrevi antes, o pôr-do-sol era sempre pelas 17h) e não tinha muito o que se ver pelas janelas. Estava eu distraidassa quando, em segundos, tivemos uma sensação parecida com uma descida rápida de uma carro numa lomba, aquela coisa louca no estômago mas sem nenhuma vontade de "quero mais", para quem gosta desses momentos e pede para o motorista acelerar. Escutei uns "uy, uy, uy" de alguma espanhola que estava por perto e as expressões ao redor eram de pânico. Menos a da Bianca que, repetindo a reação da zona de tormenta em Lleida, na volta de Bilbao, não demonstrou seu transtorno mas contribuiu para o medo alheio. Ela estava na janela, do meu ladinho, e começou a descrever a situação em que estávamos: "Gente, tá um TEM-PO-RAL lá fora!"
E eu, em desespero: "Bianca, eu não quero sabeeer!!!! Fecha essa janela, pelo amor de Deussss"
Educadamente, é claro - hehe.
Tudo tremendo por intermináveis minutos.
Como é de praxe depois de circunstâncias assim, no momento do pouso, aplausos para equipe. Mas eu não curti esse piloto não, heiiinnn
E se acabou todo o encantamento que vivenciamos durante esses dias. As lembranças são fortes e continuamos comentando momentos da viagem com bastante frequência, justamente por ter sido uma experiência tão incrível para cada uma nós.
Destino mais do que recomendado!