Passamos a última semana fazendo um belíssimo e maravilhoso tour pela Turquia. Nosso trajeto passava longe de Istambul, local que ficará registrado para ser um próximo destino.
Acho que já comentei por aqui e, de qualquer forma, volto a repetir: a noção de tempo este ano está completamente louca. Tudo está passando muitíssimo rápido e, por outro lado, parecendo bem mais longo. Encaixa-se nessa sensação essa viagem. Embora pareça ser um pouco corrido, essa semana rendeu tanto que parece que estivemos bem mais tempo fazendo estes “circuitos”. Como acordamos sempre muito cedo, no meio da tarde já parecia que os acontecimentos/visitas da manhã tinham sido no dia anterior.
Comecemos: as duas regiões que estavam previstas no nosso percurso eram Antalya e Capadócia, ambas fazendo parte da Anatólia (mais conhecida por Ásia Menor). Ou seja, fomos para a porção asiática da Turquia, que corresponde a 97% do território. Apenas os outros 3% constituem a Trácia, que forma a parte européia do país.
Saímos de Barcelona em direção a Antalya, que tem uma hora a mais de fuso horário do que nossa atual cidade. Levamos roupas “comportadas”, digamos assim, que era para não ter nenhum tipo de problema com relação à cultura da galera. Mesmo assim, chegando ao aeroporto me senti meio constrangida porque atraí olhares um tanto quanto repressores para os meus ombros, que estavam levemente descobertos. Meu casaco estava a mão e a situação foi resolvida rapidamente.
Somando as três horas de vôo, a espera pelas bagagens, e a “lonjura” do aeroporto até o hotel, chegamos pelas 2h da manhã. Deixo a dica do hotel Siam Elegance, o maravilhoso 5 estrelas em que ficamos hospedadas. E não estou esnobando, e sim valorizando nosso grupinho esperto que fez tão ótimo negócio com relação a preços nessa viagem! Agora, cuidado! Os quilinhos a mais são praticamente impossíveis de se dispensar, já que a variedade de delícias é incrível.
Logo cedo, era chegado o momento dos nossos passeios.
Tivemos sempre a companhia de um guia turco dando as explicações em castelhano. Ele era legal às vezes, abusado em outras e, sempre que possível, deixava escapar uma estupidez sem tamanho com os espanhóis. Mesmo assim, não se pode negar a importância que ele teve nesses dias. Voltamos para casa com grande e resumido conhecimento histórico dos lugares pelos quais passamos. Mamãe foi bem cdf e carregou um bloquinho para todos os lados. Anotou vários dados e já nos repassou por email, então, com o que aprendemos e com alguns complementos da internet, divido as informãções:
A primeira parada foi Perge. O lugar foi uma das maiores cidades antigas na região de Panfília (Pamfilya Bölgesi, em turco), que era uma província romana da Anatólia, e chegou a ser capital dali. As ruínas, datadas de 1256 a.C., são um dos locais arqueológicos mais preservados da Turquia. Ao contrário das outras cidades perto da zona antiga, Perge foi construída, mas tinha uma ligação para o mar através de um rio. Na rua principal, onde funcionava o comércio e todo o resto que costuma funcionar nesse caso, ele era essencial para refrescar o ambiente, já no que verão a temperatura ali pode chegar aos 60ºC!!!
O estádio de Perge tem capacidade para 15 a 17 mil pessoas. A 200 km para o norte de Antalya está o de Afrodísios, um dos maiores descobertos até hoje, com capacidade para 30 mil espectadores. No Marrocos, por exemplo, há uma ruína romana com um estádio para 35 mil.
"Círculo" vem de circus = arena. Era para gladiadores ou animais selvagens, e o outro lado do estádio de Perge era para corrida de cavalos. Havia uma hierarquia para assistir as corridas. Na ordem: governador, parlamentares, funcionários, campesninos, escravos e POR ÚLTIMO(!), mulheres.
Nos séculos I e II d.C. havia 80 mil pessoas em Perge. No século VI d.C dois grandes e graves terremotos reduziram a população a 6 mil habitantes.
O banho romano era uma atividade comum na época. Os espaços eram públicos e as pessoas se banhavam por ali depois de chegarem cheias de barro - e suadas (60ºC, minha gente!). A divisão é feita em quatro partes: Palaestra = local de convívio social masculino (mulheres não eram admitidas), Frigidarium = vestiário e local principal de reunião, Tepidarium = para sentar e tomar chá, com temperatura morna, e Caldarium = sala grande, úmida e aquecida a grandes temperaturas para o banho.
Um daqueles fotógrafos que vende souvenirs com a imagem do pessoal na saída da visita me pressionou para fazer uma foto tipo “top model”, segundo ele, olhando para o horizonte, com a mão na cintura (quanto charme!) e sem sorrir. Ele estava falando em inglês o tempo todo e consegui compreender, mas não foi possível elaborar nenhuma resposta. OU SEJA, fui vencida pelo cansaço. Como todos a nossa volta eram espanhóis, ele supôs que eu também era. Quando neguei e informei a minha nacionalidade, ouvi um "Oh! Samba girl!" hiper empolgado. Só pude rir, mas ele, com a câmera preparada, logo me mandou parar: "No, no, no! Top model! Don’t smile!"
O resultado foi péssimo, estou visivelmente tentando controlar o riso.
O resultado foi péssimo, estou visivelmente tentando controlar o riso.
Na saída de Perge, iniciamos a coleção de símbolos da sorte turcos. Em qualquer tipo de comércio, muitas vezes sem precisar comprar nada, nos deram uma espécie de amuleto, que nada mais é do que duas missangas em uma joaninha, uma delas em formato do famoso olho azul. Os regalitos eram distribuídos sempre com simpatia - e uma vez, mais especificamente, com certo atrevimento e abuso, mas foi exceção.
Depois seguimos para a Kurşunlu Şelalesi (Şelalesi = Cachoeira). Hoje em dia, a queda de água está bem mais baixa porque há uns sete meses, mais ou menos, um terremoto abalou a região, e é muito provável que uma pedra, por exemplo, tenha caído no curso do rio, interrompendo o fluxo.
Esse primeiro dia foi, digamos assim, o de temperaturas mais altas. E não quer dizer que elas estivessem elevadas, e sim que nos outros o frio foi terrível. Além disso, às 16h30min começava o pôr-do-sol e no máximo às 17h a escuridão já era total. Então nossa última parada foi em Aspendos, num antigo teatro romano.
A acústica do local é impressionante, falando em tom normal a impressão é de que se tem um microfone por perto! Até pouco tempo o teatro ainda vinha sendo usado para concertos, shows e outros eventos, mas os equipamentos de som estavam causando danos pela intensidade de vibração, o que prejudicava a preservação das ruínas, então as autoridades turcas suspenderam estas atividades. De qualquer forma, um novo estabelecimento está sendo construído nas proximidades, para manter a tradição de teatro ao ar livre da cidade.
Anoiteceu, esfriou mais ainda, e se acabou nosso primeiro dia - resumindo, é claro.
Depois seguimos para a Kurşunlu Şelalesi (Şelalesi = Cachoeira). Hoje em dia, a queda de água está bem mais baixa porque há uns sete meses, mais ou menos, um terremoto abalou a região, e é muito provável que uma pedra, por exemplo, tenha caído no curso do rio, interrompendo o fluxo.
Esse primeiro dia foi, digamos assim, o de temperaturas mais altas. E não quer dizer que elas estivessem elevadas, e sim que nos outros o frio foi terrível. Além disso, às 16h30min começava o pôr-do-sol e no máximo às 17h a escuridão já era total. Então nossa última parada foi em Aspendos, num antigo teatro romano.