segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Türkiye - passeio de balão

Antes de começar: mesmo avacalhando total e deixando as coisas meio fora de lugar, recebi as fotos na mesquita, da câmera do nosso amigo, então aí estão:
Ok, agora vamos a uma das partes mais emocionantes da viagem: nossa subida aos céus da Capadócia a bordo de um balão. Desde Barcelona, quando ainda estávamos dando uma pesquisada sobre os locais que estávamos prestes a conhecer, já nos animou a informação - e a ideia - de que a região é mundialmente conhecida e famosa pela prática do balonismo, e dizem que, no mundo, é o lugar que tem a melhor área para esse esporte.
Já tínhamos decidido (Bianca e eu) que faríamos esse passeio de qualquer jeito - mamãe ainda não estava convencida. O único detalhe a resolver seria o preço que, por sua vez, de detalhe não tem nada.
Procuramos sites e blogs que citassem essa questão e os poucos dados que encontramos não eram nem um pouco animadores. Ficamos esperançosas de que conseguiríamos promoções, de que nosso caso seria diferente, e ignoramos todos os maus sinais que surgiram na nossa frente: uma notícia sobre um acidente, um sonho super hiper detalhado (sem final feliz) da Bianca, e alguma outra coisa que poderia desanimar qualquer pessimista.
Quando, no caminho até Capadócia, nosso guia perguntou se alguém tinha perguntas, só tivemos tempo de nos olhar e já lançamos a nossa - que tinha muito mais curiosidade sobre o valor do que sobre segurança, por exemplo.
A má notícia foi confirmada: o vôo não é barato. Essa é a única dorzinha do episódio, mas que só dura enquanto se assina o contrato. Até precisar acordar de madrugada vira parte da euforia.
Acordamos às 5h para estar na recepção do hotel às 5h30min. Os agasalhos deveriam ser reforçados porque a previsão era de 2ºC, mas a sensação térmica, com toda a certeza, era negativa. BEM negativa.
Fomos buscadas por uma van da empresa, que manda muitas delas para pegar vários grupos. A escuridão era total, então era impossível enxergar para onde estávamos indo. Chegando num terreno que, à primeira vista, parecia meio descampado, o pessoal nos mandou para uma grande mesa para nos servirmos do café da manhã. Humilde, mas salvador. Eu já estava cogitando a possibilidade de desmaiar em pleno vôo se fosse ficar muito tempo sem comer.
Como isso era ao ar livre, essa era a situação da mesa:
Como eu disse, no início estava difícil ver alguma coisa
Depois, já com alguma claridade, mas ainda sem sol, o barulho começou a aumentar porque começaram a encher os balões, vários ao mesmo tempo. A organização determina para onde cada um deve ir, já que as pessoas querem ir entre amigos e conhecidos e os cestos têm capacidades diferentes.
De verdade, acho que nunca senti tanto frio na vida. Sem me utilizar de nenhuma hipérbole, minha sensação foi de que meus pés e mãos congelariam, porque às vezes era difícil de mexer e movimentos como dobrar os dedos, por exemplo, eram bem dolorosos.
Minha cara me entrega
Primeiros balões levantando
É tudo muito tranquilo. O piloto passa total segurança e, antes de subir, ele e a equipe - que ficará em terra - explicam os procedimentos. Primeiro, ensinam a todos uma posição que a galera já quis ir fazendo na saída do chão, e disseram que só seria necessária no pouso. E quando chegou esse momento, todos nos preparamos e descobrimos que também era dispensável, ou seja, me parece que é só para um pouso mais forçado. De qualquer forma, seria basicamente se segurar num tipo de alça que fica por dentro do cesto e se abaixar, com se estivesse sentado em um banco imaginário, já que a "viagem" é feita de pé. Exemplifico:
 
No balão, o piloto tem um perfeito controle de subida e descida, porém, na horizontal, quem nos guia são os ventos, ou seja, é preciso escolher uma altitude que tenha vento na direção desejada e navegar pelas várias altitudes onde, teoricamente, se encontram ventos cruzados.
Minha mãe, que só aceitou fazer o passeio depois de muita insistência, se apavorou quando, nos primeiros testes, se deram conta de que um dos garrafões de gás tinha acabado e o retiraram do cesto. Como se não tivessem vários outros ali dentro.
Amanhecendo nas alturas
No alto, o silêncio é total. Ele só é cortado pelo barulho da chama do fogo, que só é acendida em alguns momentos, e pelos gritos de euforia dos passageiros, claro. No nosso caso, nos acompanhavam espanhóis E catalães - já que muitos só se consideram da Catalunha e não da Espanha. No vídeo que colocarei aqui no final, o Molt bé! é a demonstração de alegria da galera.
E o nosso lema: SORRIA, VOCÊ ESTÁ NA TURQUIA!!
A paisagem da Capadócia é árida e deslumbrante. Na década de 1980, a região foi reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. As formações rochosas são bem características e conhecidas como Chaminés de Fadas (Kaletar, como dizem os nativos), que são enormes estruturas de pedra vertical. Elas têm uma espécie de chapéu que determina essa forma tão específica.
O surgimento dessa área está datado em cerca de 30 milhões de anos, graças aos vulcões Erciyes e Hassan. Os materiais das rochas e da lava sofreram erosão, desmascarando essas colunas, que chegam a 40 metros de altura. Uma vista incrível e diferente de tudo que já tínhamos visto - e estou autorizada a falar pelas três!
UOOOU
Em dado momento, o piloto começa a baixar a altura do vôo para deixar o balão pertinho das formações rochosas. Ele tem controle absoluto do que faz, porque deixa o cesto a centímetros de distância das pedras! E como elas não são retas, deve-se ter muita precisão para realmente não encostar. Vamos praticamente contornando as curvas da paisagem.
Aproximação
Os centímetros de distância são mais visíveis no vídeo, já que eu filmei esse momento e as meninas não tiraram fotos.
Foi tudo linnnndo!!!
Eu pensei que nas alturas o frio pioraria, mas durante o vôo não se sente frio algum. Acho que fatores como a presença do sol, a chama de fogo sendo acionada de tempos em tempos, e claro, a extrema empolgação e atenção a tudo que está lá em baixo/lá em cima/ao redor contribuem para que a sensação de congelamento fique de lado.
Sobrevoamos também o Vale do Amor, batizado de forma um tanto quanto...irônica(?) Explicarei nos próximos post, com fotos que tiramos desde o chão mesmo.
Ah, o piloto tem um GPS (e sabe usar!! hehehe) e a equipe fica acompanhando o percurso do balão por terra, como eu já disse. O pouso nunca tem lugar definido porque isso depende das direções dos ventos, então cabe ao piloto decidir qual é o local mais adequado. O pessoal lá em baixo vai nos seguindo de carro/caminhonete, também porque o balão acaba sendo "colocado" ali em cima, que é para poder ser transportado até o estacionamento da empresa, imagino.
Como aparece um pouco no vídeo, os caras que nos "receberiam" foram esperar o balão em determinado ponto (quando começam a abanar), mas precisaram sair rapidamente em direção ao local onde, de fato, pousaríamos.
Fomos recepcionadas com "Champagne Party" e tivemos direito ao certificado de vôo. Champagne assim, antes das 8h da manhã... uma coisa bem Maysa.

A experiência é absurdamente impressionante! Valeu cada centavo!
Quer dizer, cada euro, hehe.
 
Chegando ao hotel, fomos direto para o café da manhã (parte II, hahaha). Em seguida, nos encontramos com o resto do pessoal - com quem estávamos fazendo as visitas - na recepção para dar início a mais um dia de turismo. O nosso mal tinha começado e já valia por dois, por três, por uma semana!
E imito (mais uma vez) a Bianca: MAA-RA-VI-LHOOO-SO!